Luanda - A posição foi transmitida hoje, em comunicado, pelo banco central angolano e surge algumas semanas depois de vários anúncios de bancos internacionais cortando o fornecimento de divisas (dólares) ao país, alegadamente por incumprimento de requisitos nesta matéria.

Fonte: Lusa

Embora não seja referido no comunicado, esse corte está a agravar a crise cambial em Angola, que teve origem há mais de um ano com a progressiva quebra nas receitas com a exportação de petróleo.

"O BNA irá envidar esforços, para que no primeiro semestre de 2016 se possa apreciar uma evolução significativa no sistema financeiro de Angola, no que diz respeito a conformidade face aos requisitos de prevenção do branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo, garantindo a autenticidade e total compatibilidade a todos os ativos financeiros do país", lê-se no comunicado.

Citado na mesma informação, o governador do BNA, José Pedro de Morais Júnior, afirma que Angola tem feito "progressos consideráveis" na adoção de requisitos "mais exigentes" de prevenção do branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.

"Estamos confiantes de que todas estas medidas irão apoiar as instituições financeiras, visando satisfazer as suas exigências legais e regulamentares com eficiência. Ao garantir esse sucesso, o BNA irá promover a integridade do sistema financeiro angolano, colocando-o em boa posição a nível mundial", refere o governador.

Desde 2010, recorda o banco central, o país assumiu um "compromisso governamental de alto nível para trabalhar com os órgãos internacionais e regionais" e para "ultrapassar lacunas" na infraestrutura financeira, com "passos significativos" para se alinhar com as recomendações internacionais.

Entre essas medidas conta-se a adesão ao Grupo Anti-Lavagem de Dinheiro de África Oriental e Austral, a promulgação de leis para fornecer uma base jurídica para medidas de congelamento, apreensão e confisco do produto da lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo e criminalização destas práticas.

Ainda segundo José Pedro de Morais Júnior, o BNA está "comprometido em manter a estabilidade financeira de Angola" e assim garantir um "desenvolvimento social e económico sustentável, buscando aumento das entradas de IDE (Investimento Direto Estrangeiro) no país".

"O nosso maior objetivo é continuar a implementar reformas estruturais, a fim de fortalecer o sistema financeiro angolano para mitigar os potenciais riscos de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo", conclui o governador do banco central.