Luanda - Cinco dias depois de emitido o alerta em que o Departamento de Estado norte-americano aconselha os seus cidadãos a não frequentarem três espaços públicos de Luanda, mantém-se a dúvida sobre o tipo de perigo que justifica o aviso.

Fonte: Ionline

Fonte da Embaixada dos EUA em Luanda disse ao i que “os alertas são emitidos não em função de alguma coisa que tenha ocorrido mas com base em informações recolhidas sobre as condições de segurança dos locais”. Em Portugal, a embaixada norte-americana optou por não abordar este caso, mas confirmou que este tipo de alertas “ocasionais” são emitidos “quando é considerado importante” avisar os norte-americanos sobre “preocupações de segurança específicas num país ou região”.

O aviso, emitido na sexta-feira dia 8 pela unidade de segurança diplomática, diz que, como “medida preventiva”, os norte-americanos que se encontrem na capital angolana devem “evitar três locais”: o Belas Shopping, complexo comercial situado na zona de Talatona, Luanda Sul; o Ulengo Comercial Center, outro espaço comercial na área de Viana; e o Hotel Baía, situado junto à Baía de Luanda.

Membros da comunidade portuguesa em Luanda contactados pelo i dizem que se tratam de “locais normais”, sem qualquer tipo de atividade ou frequência que possa explicar o aviso. No caso do Belas Shopping, “pode haver preocupações em relação ao parque de estacionamento, que é muito grande e a céu aberto”, explica uma portuguesa que trabalha em Luanda desde 2013. Característica comum ao do parque de estacionamento do Ulengo Center, espaço aberto em 2015. Já na maior parte dos restantes espaços comerciais da cidade, não citados no alerta dos EUA, a norma é terem um parque de estacionamento subterrâneo, onde os utentes gozam de um sistema de videovigilância e da presença de segurança do centro comercial.

Perante uma crise financeira que tem sido responsabilizada por um aumento da criminalidade em Luanda, a falta de segurança nestas áreas de parqueamento pode ser uma justificação para o alerta. O que também ajudaria a explicar a inclusão do Hotel Baía, que apesar das boas referências se encontra num espaço mais afastado do centro da cidade, junto à Baía de Luanda. Mas “apesar de estar um pouco isolado”, a unidade tem sido requisitada “por personalidades e pessoas que visitam oficialmente Angola”, explicou outro trabalhador português radicado em Luanda. Exemplo disso foi o músico brasileiro Seu Jorge, que ali ficou instalado na última visita ao país.

Já a tese de uma potencial ameaça terrorista perde força com os locais referenciados, pois na cidade há outros espaços que juntam um maior número de pessoas com maior frequência, explicam os portugueses contactados pelo i.