Luanda - O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, afirmou hoje, sexta-feira, em Luanda, que no país a situação permanece estável, do ponto de vista político e social, registando-se uma cada vez maior consolidação da unidade e da reconciliação nacional.

Fonte: Angop

DISCURSO PRONUNCIADO POR SUA EXCELÊNCIA JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE ANGOLA, POR OCASIÃO DA CERIMÓNIA DE CUMPRIMENTOS DE ANO NOVO POR PARTE DO CORPO DIPLOMÁTICO ACREDITADO EM ANGOLA


EXCELENTÍSSIMA SENHORA GISELA BEATRIZ GARCIA RIVERA,

VICE-DECANA DO CORPO DIPLOMÁTICO,

EXCELENTÍSSIMOS SENHORES EMBAIXADORES E CHEFES DE MISSÃO DIPLOMÁTICA,

ILUSTRES CONVIDADOS,

MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES,

A realização desta cerimónia no início de cada ano constitui já uma tradição e muito me apraz nesta ocasião manter um diálogo informal convosco, enquanto representantes dos países com os quais Angola mantem relações de amizade e cooperação. Podemos assim conviver e trocar pontos de vista sobre as realizações do ano transacto e sobre a forma de enfrentar e superar os desafios que o Novo Ano nos vai colocar.

Formulo os meus votos de um ano de 2016 muito próspero para todos os presentes, tanto no plano profissional como pessoal, augurando êxitos e felicidades aos respectivos países e povos na materialização das suas legítimas aspirações de paz, estabilidade, desenvolvimento e progresso social. Agradeço a contribuição que os Senhores têm dado, com o vosso bom desempenho, à melhoria e fortalecimento das relações multiformes que ligam os vossos respectivos países à República de Angola.

No nosso país, como sabem a situação permanece estável do ponto de vista político e social, registando-se uma cada vez maior consolidação da unidade e da reconciliação nacional. No plano económico os desafios são hoje maiores, por causa da incerteza dos preços das matérias-primas no mercado internacional, mas continuamos a trabalhar para reajustar os nossos Programas e Planos de Acção e encontrar os caminhos para manter a estabilidade e proteger as condições de vida e as conquistas do Povo angolano.

A nível regional, Angola cumpriu com grande empenho o seu mandato de dois anos como Presidente da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos, contribuindo para a resolução ou início de solução dos conflitos que afectam vários países. Desejamos que a realização de eleições na República Centro Africana, que decorreram em condições aceitáveis, permitam dar início à rápida normalização da vida do país e que o processo de formação do Governo de União Nacional no Sudão do Sul seja coroado de êxito e conduza o país à pacificação total e à retoma da estabilidade económica.

Angola assume em Março deste ano a Presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas e fará tudo o que estiver ao seu alcance para que o nosso país corresponda às expectativas em nós depositadas na gestão dos assuntos que constam da agenda das Nações Unidas.

SENHORES EMBAIXADORES,

Vivemos num mundo global e plural, onde a concertação, o diálogo e a negociação motivados por uma firme vontade política devem ser o principal factor de aproximação e de relacionamento entre os Estados e as nações. Acredito, com efeito, que o espírito de abertura para o diálogo, a tolerância e a prevalência da razão ou bom senso, são a chave para a resolução dos problemas que hoje afectam a Humanidade.

O mundo inteiro atravessa um período de crise económica e financeira, que é agravada pela proliferação de conflitos e guerras locais e subregionais, de que decorrem consequências humanitárias muito graves. Os conflitos no Médio Oriente, por exemplo, e a intensificação do terrorismo, em particular, são aqueles que, pela sua dimensão e envolvimento, têm merecido maior atenção mundial.

É urgente que se obtenha uma solução abrangente e inclusiva capaz de pôr termo a estes problemas e assim viabilizar a estabilidade de toda a região e remover a causa principal do crescimento do número de refugiados que se dirigem para a Europa.

Por outro lado, os conflitos candentes que continuam a existir em África são a principal preocupação dos povos deste continente. Tanto as Nações Unidas como a União Africana devem dedicar especial atenção às crises na Líbia, no Mali, na República Centro Africana, no Sudão, no Sudão do Sul, na Somália e no Burundi.

A paz deve ser a primeira prioridade de todos os países e em todos os continentes, para que não se comprometa o nosso destino comum. Esse destino não pode ser outro senão o do progresso, desenvolvimento e harmonia entre os povos.

Por outro lado, ainda consideramos que a realização da COP21, em Paris, foi um grande acontecimento a favor da preservação do ambiente a nível de todo o planeta e da luta contra as mudanças climáticas e seus efeitos, por terem sido adoptadas pela primeira vez medidas efectivas com vista a prevenir e fazer reverter o processo de aquecimento global.

Com a concertação e a participação de todos é possível fazer frente aos actuais problemas da Humanidade, em especial a queda dos preços das matérias-primas e em particular do preço do petróleo no mercado internacional, que constitui um dos factores recentes que mais afecta negativamente os esforços de recuperação dos países subdesenvolvidos e de desenvolvimento médio.

A República de Angola conta com a amizade e a cooperação de todos os países aqui representados e tudo fará para que os laços de amizade e cooperação que nos unem se consolidem cada vez mais.

Reitero a Vossas Excelências um Ano Novo muito próspero.

FELIZ ANO NOVO A TODOS!

MUITO OBRIGADO