Luanda – O director do Gabinete de Desenvolvimento e Aproveitamento Hidráulico do Kikuxi (GADAHKI), Salomão Manuel Cahumba, é apontado como o responsável de um grupo de malfeitor que pretende usurpar – a todo custo – cerca de nove hectares de terrenos pertencentes a dois antigos combatentes e veteranos da pátria (um dos quais é general na reserva das Forças Armadas Angolanas), localizado no Zango IV, município de Viana, em Luanda.      

Fonte: Club-k.net
Recentemente os referidos proprietários (respectivamente José Adão Fragoso e João Evangelista Riqueza Fortunato) viram os seus terrenos (na foto) a serem invadidos por um suposto empresário imobiliária identificado apenas por “Van-Dúnem”, a mando de Salomão Cahumba.

O Club K apurou através de uma fonte segura que os dois burladores (ou melhor, mafiosos) são sócios de uma empresa que pretende construir um projecto imobiliário para fins comerciais.

A ligação do director do Gadahki a esta empresa privada o coloca claramente numa extrema violação a Lei 03/10, de 29 de Março – Lei de Probabidade Pública. A par isso, Salomão Cahumba violou – sem pudor – a Constituição da República de Angola no seu artigo 84º (Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria) sobretudo na sua alínea 2) que defende a protecção, valorização e preservação dos feitos históricos por estes protagonizados que Angola tornasse um país independente.

Tendo em conta as suas debilidades físicas, estes dois idosos, antigos combatentes e veteranos da pátria, endereçaram uma missiva ao Procurador Geral da República da Região Militar de Luanda, pedindo a sua intervenção.

Eis a missiva:

Ao    
Digníssimo Procurador Geral da República
Da Região Militar de Luanda

Assunto: Pedido de intervenção


Nós abaixo-assinados José Adão Fragoso e João Evangelista Riqueza Fortunato de 67 e 68 anos de idade, respectivamente, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, participes da luta de libertação do país contra o jugo colonial, vimos por este meio expor e pedir o seguinte:

1 – Somos concessionários de parcelas de terra cedida pela GADAHKI há 15 anos, onde durante este tempo desenvolvemos actividades agropecuária para sustento da família e pagamento das propinas escolares para os nossos rebentos;

2 – Acontece porém, havendo a necessidade do Governo realizar um programa habitacional, parte do espaço, fora confiscado por força do Decreto Presidencial;

3 – O referido espaço faz limitações com as quintas do Dr. Felix Francisco Neto, Dr. Toni e General Caiombo, servindo assim de testemunhas, assim como eng.º António Chiputa que esteve presente no acto de distribuição do terreno e o autor da elaboração de croquis de localização e também esteve presente o malogrado eng.º José João de Feliz Memória;

4 – Em Maio do ano corrente, apercebemo-nos que um grupo de marginais composto por um suposto advogado de nome Van-Dúnem, um tenente-coronel de nome Manuel e um tal de Bruno Zau (este altamente agressivo) deram inicio a construção de casas evocando entidades tais como: a Casa Militar da Presidência da República, FESA, Antigos Combatentes e ex-militares como beneficiários;

5 – Desentendidos recorremos a Esquadra mais próxima na pessoa do Comandante Francisco Matias para mediar o conflito. Solicitada a documentação das partes, verificou-se que o seu croquis de localização situava-se próximo ou há escassos 100 metros do canal do Kikuxi. Volvido uma semana, mudaram a localização do mesmo. E mesmo assim ficou situado a 500 metros da Escola da Polícia Nacional situada ao longo do canal de Kikuxi, enquanto os nossos croquis ficam a 2500 metros;

6 – Não havendo concordância, na companhia do Comandante, dirigimo-nos ao PCU no sentido de dirimir o conflito junto do Comandante da referida Unidade, que por sua vez nem sequer nos ouviu e limitou-se apenas a recolher a documentação e remeteu para GADAHKI no sentido de compulsar a verdadeira documentação, fingindo que assim seria;

7 – Compulsado a documentação pelo eng.º António Chiputa verificou-se que a nossa era verdadeira, e como tal remeteu o oficio em resposta ao ofício do PCU, remetido a assinatura ao director Salomão, este convocou as partes no seu gabinete;

8 – Posto no seu gabinete, pediu os originais da documentação fingindo que estava analisar, vira para nós e diz de forma arrogante que era falsa, até mesmo o documento assinado por ele próprio. Sem ética e civismo e muito menos deontologia que o funcionalismo público exige, retirou-nos aos berros e empurrões do seu gabinete, por termos questionados a sua falsa decisão, tendo criado um pânico aos funcionários devido os ânimos dos injustiçados;

9 – Assim que deixamos o gabinete mandou entrar os marginais em números de sete indivíduos, minutos depois foram ao terreno no intuito de fazer um novo croquis para o seu maquiavelismo e obter o resultado pretendido. A par disso, nem sequer ouviu o seu colaborador, o eng.º António Chiputa, limitou-se apenas a ouvir o seu administrador Benedito que é o seu ponta de lança na usurpação das terras dos camponeses;          

10 – Insatisfeitos, fomos convocados por 2º Comandante Provincial da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) no gabinete do Comandante Francisco Matias que informamos o sucedido e este por sua vez orientou no sentido de mandar parar com as obras enquanto não dirimir o conflito a favor dos verdadeiros donos. Mas, encorajados pelo Comandante do PCU e pelo director do GADAHKI, recomeçaram as obras embargadas desde Maio do corrente ano;

Assim, vimos por esta via rogar e pedir encarecidamente a investigação da Sua Excelência para acudir estes idosos que poderão sujeitar de uma trombocite  ou AVC como ia acontecendo quando foram postos fora do gabinete pelo director do GADAHKI, tendo em conta a veracidade dos factos e os feitos produzidos por eles em prol da Independência Nacional.   

Certos da Vossa atenção que Lhe-é peculiar, reiteramos os nossos antecipados agradecimentos pela atenção dispensada e pedimos licença para subscrever.

Luanda, aos 16 de Outubro de 2015

Atentamente
José Adão Fragoso
João Evangelista Riqueza Fortunato