Luanda – As sociedades solidárias, fortes e estáveis são geralmente aquelas cujas elites e lideranças politicas, independentemente das orientações politicas e opções ideológicas, são capazes de conviver juntas, dar-se bem, partilhar ideias, sentir-se irmãos, buscar o bem-comum, defender a pátria e colocar os interesses da Nação acima de tudo.

Fonte: Club-k.net
O patriotismo, no sentido lato, está reflectido basicamente nesses valores de solidariedade e de altruísmo, que servem de força moral sólida, capazes de dinamizar a sociedade e impulsionar o progresso e o desenvolvimento equilibrado e sustentável de um país, com a participação de todos membros aptos da sociedade.

A sensação de pertença, de uma forma sincera e honesta, como cidadão, imbuído de espírito de amor ao próximo, não obstante a condição social ou política, é a essência do patriotismo, que vincula o cidadão à Nação, em pleno gozo de direitos e deveres. Por outro lado, as opções políticas, numa sociedade aberta e democrática, assente nos valores patrióticos, acima referidos, não podem nem devem traduzir-se no antagonismo político.

Pois que, a diversidade política, numa democracia, constitui a alavanca do desenvolvimento e de prosperidade, que liberta a consciência dos homens, valoriza as faculdades humanas e aplica convenientemente as capacidades das pessoas, sem exclusão.

Um sistema politica assente na exclusão é bastante frágil e vulnerável, incapaz de buscar as habilidades humanas e valorizá-las optimamente. Um sistema deste género, de segregação social e política, é medíocre e injusta, por alienar as pessoas idóneas, com qualidades diversas, espalhadas dentro da sociedade, marginalizadas pelo próprio sistema.

As instituições públicas, neste respeito, não assentam nos critérios e nas normas democráticas do Estado de direito, mas sim, na base partidária, isolando-se do todo. O isolamento, por natureza, baseado na exclusão, cria um espectro, uma sombra em torno de um sujeito, que lhe amedronta e atormenta incessantemente, induzindo-se no estado de delírio e de megalomania politica.

A tirania, na sua essência, é o reflexo do delírio político, que impele o ditador em cometer atrocidades, como evidencia a história contemporânea da humanidade, em todo planeta. Por isso, as sociedades modernas e democráticas estabelecem um quadro de conduta política, no contexto da ética e da legalidade, que regulam o comportamento dos dirigentes políticos, na sua relação com os cidadãos e com outras figuras da sociedade.

A abertura, a aproximação, o convívio, o dialogo e o consenso são elementos chaves que afastam o fantasma, que conduz ao delírio politico, que propicia, de grosso modo, o abuso do poder.

Por esta razão, nos países avançados e civilizados os dirigentes políticos criam espaços apropriados de convivência, de entrosamento e de interacção permanente, no sentido de reduzir as diferenças, atenuar os ânimos, aproximar as ideias, esbater as desconfianças e encontrar soluções apropriadas às questões prementes da Nação. Países avançados, ricos e poderosos, como os Estados Unidos da América, funcionam nesses moldes, fora das rivalidades partidárias, que dominam a arena política quotidiana.

Os ideários políticos, de cada partido, são bússolas orientadoras que determinam o ângulo da acção politica. Neste caso específico, a essência de um ideário político nunca é posta em questão, dando a sua visão global, na definição de metas e objectivos estratégicos, de acordo com a realidade de momento.

Logo, o episódio espontâneo público, do dia 18 de Dezembro de 2015, no Palácio da Cidade Alta, entre o Presidente da República, Eng.º José Eduardo dos Santos, e o Presidente da CASA-CE, Dr. Abel Epalanga Chivukuvuku, que animara a sociedade angolana e o mundo inteiro, foi de facto um gesto louvável e oportuno. Se ter em consideração a realidade de Angola, que passou por um período bastante longo de hostilidades, com níveis elevados de intolerância, que tem sido palco de rivalidades, em todo país.

O episódio de humor, registado na cerimónia de cumprimento do fim de ano, que chamara atenção dos presentes na sala nobre do Palácio da Cidade Alta e dos telespectadores, deixara uma sensação de que, apesar das nossas diferenças, os dirigentes deste país podem afinal confraternizar-se e aproximar-se, de modo descontraído, como filhos e filhas da mesma pátria.

Este gesto de fraternidade e de patriotismo, exercido por dois políticos de peso, tem um reflexo positivo ao povo e faz tranquilizar os ânimos das pessoas que passaram por um período dramático (2015) de violações flagrantes dos direitos humanos, que mereceram a preocupação enorme da comunidade internacional.

Na retrospectiva, não é a primeira vez que isso acontece, olhando para a nossa história recente em que, houve vários Acordos de Paz entre Presidente Fundador da UNITA, Dr. Jonas Malheiro Savimbi, e o Presidente de Angola, Eng.º José Eduardo dos Santos, que hoje constituem o fundamento sólido da Paz e da Reconciliação Nacional.

Lembro-me, tão bem, na Cimeira de Libreville, em Gabão, quando Presidente Jonas Malheiro Savimbi dirigia-se ao seu homólogo, Presidente José Eduardo dos Santos, dizendo-lhe: “Você é meu Presidente, sendo Presidente do meu País, Angola.” Apesar de rivalidades intensas entre Eduardo e Jonas (próprias das condições de guerra), mas sempre tiveram momentos de convívios e de conversas amenas, cheias de humores.

De facto, José Eduardo dos Santos e Jonas Malheiro Savimbi foram duas peças fundamentais incontornáveis da odisseia prolongada, pelo que os angolanos palmilharam, passo por passo, em busca da paz e da democracia multipartidária, que ainda constitui uma meta por alcançar.

E, este jovem politico, Abel Epalanga Chivukuvuku, tem sido um lutador incansável e intransigente nesta luta pela democracia, e sempre permaneceu em Luanda, mesmo nos momentos mais difíceis e conturbados da história revolucionária de Angola, desta época. Ao passo que, uns dirigentes políticos fugiram de Luanda a busca do exílio dourado na Europa Ocidental, longe da arena. Violando, desta forma, o principio sagrado da UNITA, segundo o qual:

“Os dirigentes, membros do Bureau Politico, devem permanecer no interior do País, junto do povo, em todas circunstâncias.”

Portanto, seria absurdo e ridículo inventar tabus, desvirtuando o episódio descontraído e humoroso entre as duas figuras de destaque da arena política angolana. Alias, Dr. Abel Epalanga Chivukuvuku, nos processos da paz entre o Governo Angolano e a UNITA, sempre servira de oficial de ligação, encarregue de preparar a Agenda das Cimeiras entre Eng.º José Eduardo dos Santos e Dr. Jonas Malheiro Savimbi.

Nesta capacidade, de oficial de ligação, ele tinha o domínio de conhecer bem os dois protagonistas e sabia como conciliar o carácter de cada um deles. Tudo isso tem o reflexo positivo de criar o ambiente de relaxe e de humor no relacionamento pessoal e na aproximação politica.

Sem qualquer preconceito, Dr. Abel Epalanga Chivukuvuku é um político moderno, com convicções próprias, de uma visão diferente da sociedade angolana, despida do dogmatismo ideológico. Ele olha para Angola como um mosaico enorme, de diversas culturas e etnias, cuja valorização passa necessariamente por via de inclusão efectiva e global de todos quadros angolanos (sem excepção) no sistema de governação do País.

O pensamento aberto e realista deste político, assente na honestidade, na modernidade, na inovação, na transformação, na eficiência, na convergência, na real politik e no espírito patriótico e democrático, tivera sido o cerne da ruptura política, na sequência da fundação da CASA-CE, em Abril de 2012.

Se trata, de facto, de um contraste político profundo e distinto, de uma cultura política moderna, que olha para o presente e para o futuro, sem estar presa ao passado dogmático, de fundamentalismo doutrinário. Noutras palavras, é uma cultura humana, assente firmemente na angolanidade, na legalidade, na boa governação e sobretudo, na convivência democrática entre os Angolanos.

Enfim, o combate renhido contra a pobreza, a corrupção, o nepotismo e a redução drástica das assimetrias sociais e regionais, que prevalecem no país, é a essência do pensamento político do Dr. Abel Epalanga Chivukuvuku e a meta estratégica do Projecto da Sociedade da CASA-CE.