Huambo - O primeiro dia do julgamento de José Jolino Kalupeteca, líder da seita religiosa “Sétimo Dia a Luz do Mundo”, foi marcado com a leitura das acusações da parte do Ministério Público, constantes no processo que decorre desde nesta segunda-feira, no Tribunal Provincial do Huambo.

Fonte: Angop
José Jolino Kalupeteca, com a referencia de autor moral e mais dez membros da seita religiosa a Luz do Mundo, como co-autores materiais, são designados arguidos do processo nº 141/2015, em que são arrolados os acontecimentos da aldeia de Kaluei, no município de Cunhinga (Bié) e no monte do Sumé, no município da Caala (Huambo), em Abril do ano transacto.

No mesmo processo, o Ministério Públicos acusa os co-arguidos, por co-autoria moral e concurso real nos crimes de homicídios qualificado sobre forma frustrada, homicídios qualificado sobre a forma consumada, crime de desobediência, de danos materiais, de resistências e de posse ilegal de arma de fogo, previstos e puníveis pelo Código Penal e legislação avulsa vigente.

No processo acusatório apresentado ao juiz da causa, Afonso Pinto, o Ministério Público refere que as responsabilidades de alguns arguidos são agravadas e de outros atenuadas pelas circunstâncias constante no artigo 39º do Código Penal.

Durante a sessão, o juiz da causa ouviu a contestação das acusações por parte da defesa, tendo igualmente procedido à audiência de um dos réus.

Ainda no processo são arrolados como declarantes dos factos ocorridos no monte do Sumé, Joaquim Pereira, Miguel Somakessenje, Victor Chissingui, Luciano António Clara, Francisco Candumbu, Augusto Sambo.

São também declarantes, Tomas Alberto Daniel, Filipe João Quissingui, João da Silva Dinis, Higino Capiñgala, Benfica João, Pedro Nambongue Chissanga, entre outros.

Durante a fase de inquérito e instrução preparatória, o Ministério Público ouviu os 89 seguidores de Kalupeteca, detidos com o seu líder, dos quais 79 foram postos em liberdade por não se ter provado o envolvimento dos mesmos nos crimes alegados no processo.

As acusações deduzidas pelo Ministério público, de acordo com o processo, assentam-se nas provas documentais, prova materiais e fotos tábuas ilustrativas.

De referir que o incidente ocorrido no Monte do Sumé, resultou na morte de nove agentes da Polícia Nacional, por elementos afectos a seita religiosa do Sétimo Dia a Luz do Mundo, quando os efectivos cumpriam um mandado de captura contra o líder da organização, emitido pela Procuradoria-geral da República no Bié.

Entre as vítimas consta o comandante da corporação na Caála, superintende-chefe Evaristo Catumbela, o chefe das operações da Polícia de Intervenção Rápida nesta província, intendente Luhengue Joaquim José, e o instrutor da Polícia de Intervenção Rápida, sub-inspector Abel do Carmo.

Foram ainda assassinados, o 1º sub-chefe João Nunes, os agentes Luís Sambo, Castro Hossi, Manuel Lopes e Afonso António, assim como o delegado do Serviço de Inteligência e Segurança Interna do município da Caála, António Afonso.