Luanda - O mercado automóvel nacional registou uma quebra acentuada (menos de 54 por cento) nas vendas durante o ano passado face ao ano a e 2014, de acordo com dados avançados ontem ao Jornal de Angola pelo presidente da Associação dos Concessionários de Equipamentos de Transportes Rodoviários (ACETRO).

Fonte: JA
Nuno Borges da Silva revelou que, em 2014, os concessionários venderam 44.500 viaturas, mas em 2015 este volume baixou para menos de metade (20.500 viaturas), numa altura em que a procura caiu consideravelmente em proporção.

A ACETRO prevê para 2016 uma quebra de vendas na ordem dos 26 por cento em relação a 2015 e uma subida na ordem dos 40 por cento para 2017 em comparação com este ano. A associação calcula que a economia reaja positivamente em 2017, com reflexo para o mercado automóvel.

Os concessionários de automóveis em Luanda aumentaram os preços em kwanzas e em pequena proporção em dólares.

Nunes da Silva justifica a subida dos preços em kwanzas com a desvalorização da moeda nacional face ao dólar, cotado agora em 160 kwanzas. “Os preços das viaturas acompanham a desvalorização desde o ano passado”, disse. As viaturas que até Dezembro de 2015 custavam 1.500.000.00 kwanzas passaram a custar mais de 2.500.000.00 kwanzas. As concessionárias reajustaram os preços, tendo em conta a taxa de câmbio praticada pelo Banco Nacional de Angola, que fixou um dólar em 160 kwanzas contra os anteriores 136 kwanzas. Os concessionários ressentem a escassez de divisas no mercado para a importação. “Não conseguimos ter divisas suficientes para os pagamentos aos fornecedores. Há um atraso de pagamento, o que provocou que alguns fornecedores estejam com restrições nos stocks”, sublinhou.

Para este ano, está prevista uma redução mais acentuada que a de 2015, devido à crescente queda do preço do petróleo. “As perspectivas não são animadoras”, referiu Nuno Borges da Silva. O Banco Nacional de Angola está a tomar medidas no sentido de melhorar a situação, mas “a solução passa por importar apenas o que o mercado nacional não produz. Assim pouparemos muitas divisas”, sugeriu. Antes da crise petrolífera, em 2013 e 2014, as empresas públicas e o Estado foram os maiores compradores de automóveis. Hoje, algumas empresas como as de construção civil pararam, ficando os particulares no topo da clientela.