Luanda - Setecentos e dezasseis crimes sexuais contra menores foram registados no I semestre de 2015 no país pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC). A informação foi avançada nesta sexta-feira, 22, pela Ministra da Família e Promoção da Mulher, Filomena Delgado, na abertura da mesa redonda sobre "Educação Sexual", referindo que do número registado, 117 foram violações a menores de 12 anos, situando a média em quatro crimes por dia.

Fonte: Angop

Fez saber que no III trimestre do ano passado, registaram-se 269 casos, dos quais 90 são de violação contra menores de 12 anos, com maior incidência para a província de Luanda, onde ocorrem 85 acontecimentos, resultando na maior parte das vezes em gravidezes não desejadas.

“A maior parte destes casos são cometidos no seio da família e os restantes nas escolas, obras e via pública, como reflexo da crise de valores, que põem em cheque a vida das novas gerações.

Frisou que o manual e guião de educação de pares sobre sexualidade ”Curta a vida com cuidado” lançado recentemente serve para apoiar os modelos de treinamento, informação e formação de valores, atitudes e comportamentos saudáveis e será ao mesmo tempo um veículo para a consciencialização das famílias, autoridades tradicionais, dos líderes comunitários e da sociedade em geral sobre os direitos sexuais e reprodutivas dos jovens.

Para si falar de sexualidade nem sempre é fácil, é uma área coberta de tabus e preconceitos, e ao abordar estas questões surge também o item das relações entre pessoas, independentemente de ser rapaz ou rapariga, da sensualidade e sensibilidade, dos sentimentos e emoções, da forma como se expressa, veste, anda, dança, do cuidado corporal e da saúde.

Lembrou que Angola tem dado passos firmes em direcção a sustentabilidade, assegurando uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade, promovendo oportunidades de aprendizagem, habilidades e competências para a vida dos adolescentes e jovens, incluindo o planeamento familiar, informação e educação, bem como a integração de programas nacionais, com objectivo de reduzir as epidemias da malária, tuberculose, doenças negligenciadas, o Vih/Sida, a hepatite e outras doenças sexualmente transmissíveis.

"Os adolescentes e os jovens representam o futuro e são a garantia de continuidade de qualquer sociedade. Por isso, a sua saúde e desenvolvimento beneficiariam grandemente com a introdução de melhorias na educação nas medidas de saúde publica", frisou.

Para si o núcleo familiar é muito mais que um espaço de convivência, é sem dúvidas um local privilegiado para que o indivíduo construa as suas opiniões, seus comportamentos e a sua personalidade.

Em seu entender a família deve exercer um papel na educação sexual dos adolescentes, e ser responsável pelo processo de socialização primária, com influencias nas questões sexuais desenvolvidas e apreendidas ao longo do tempo.