Luanda - A direcção da Cuca propôs um pacote de saída voluntária de trabalhadores mediante compensações financeiras, numa medida que pretende reduzir o número de trabalhadores. A empresa tem actualmente 1.200 funcionários, os trabalhadores temem que a empresa pretenda dispensar 400, ou seja, um terço.

Fonte: NG
O administrador do Cuca em Angola, o francês Phillip Frederic, confirma as intenções da empresa, mas adianta que “não está a forçar a saída” e que se trata de uma “medida voluntaria, mediante a oferta de uma compensação que poucas empresas arriscariam na actualidade”.

Phillip Frederic não revela, no entanto, o número pretendido de dispensas. Somente após o termino do processo, previsto para uma semana, estará em condições de falar sobre o assunto.

Caso voluntariamente não se atinja o número pretendido, a direcção planeia accionar o plano B, que passa pelo despedimento compulsivo. Isso mesmo terá sido esclarecido a semana passada na assembleia de trabalhadores em que foram esclarecidos os pormenores da medida em curso desde a última semana de Dezembro.

Os trabalhadores interessados em aderir ao pacote terão os direitos conferidos pela Lei Geral de Trabalho (LGT), salvaguardado um mês de salário por cada ano de trabalho com o limite de cinco, sendo que o valor acrescido de 50 por cento do salário-base multiplicado pelo número de anos de antiguidade que excedam aquele limite.

Desta feita, em função do tempo de trabalho e da tabela salarial em vigor naquela empresa, foram definidas três categorias de indemnização em que os do menor rendimento terão uma compensação maior.

Os trabalhadores que tenham exercido actividade militar, ou foram antigos combatentes, terão um incentivo adicional de 1, 2 milhão de kwanzas.

A decisão conta com o apoio da comissão sindical da Cuca, que tem apelado aos colegas para abraçarem a medida, visto que parece não haver outra saída para o dilema que a empresa enfrenta.

Contactado o 1.º secretário da Comissão Sindical dos trabalhadores da Cuca, Archeches Félix, disse que, para o devido efeito, o assunto foi remetido ao Sindicato Nacional de Bebidas e Similares.

Outra medida adoptada foi dimensionar a produção da cerveja consoante a venda, que se traduz na paralisação de algumas linhas de enchimento de forma intermitente.