Huambo - O Tribunal Provincial do Huambo decidiu adiar as eleições no Petro local, que estavam agendadas para este sábado, 30, devido a uma série de arbitrariedades registadas na fase do processo eleitoral.

Fonte: Club-k.net

Uma sentença da Sala do Cível e Administrativo daquele órgão judicial, a que o Club-K teve acesso, considera como “procedente e provada” a providência cautelar interposta pela lista B, liderada por Aníbal Rebelo de Oliveira Salumbo. A outra lista era encabeçada por Fernando Manuel Tito, “Geovetty”, tido como o “delfim” do antigo director do clube, Carlos Graça.

 

O acórdão datado de 26 de Janeiro declara como “nula a decisão tomada pela Comissão Eleitoral, presidida pelo Sr. Martulino Pestana Culitata”, que, como se sabe, decidira afastar no dia 9 de Janeiro a lista B do pleito eleitoral.

 

O Tribunal fundamentou a sua decisão no facto de a referida Comissão ter extravasado as suas competências, já que as denúncias apresentadas pela lista A deveriam ser apreciadas pelo Departamento Ministerial de tutela e não pela Direcção Provincial do Huambo da Juventude e Desportos, como foi no caso vertente.

 

Na óptica do tribunal, “ a direcção provincial da Juventude e Desportos [que não é um Departamento Ministerial de tutela] não tem competência para regular este assunto, porque é um órgão local cujo director é nomeado e exonerado pelo Governo Provincial do Huambo”.

 

O acórdão faz ainda referência ao facto de a Direcção dos Desportos, então liderada por Carlos Graça, ter feito tábua rasa a uma decisão da Assembleia Geral (AG) do Petro Atlético do Huambo que, a seu tempo, considerou como “ilegal” a conduta da referida Comissão Eleitoral.

 

Em relação a este assunto, convém referir que a Direcção dos Desportos do Huambo divulgara, de forma algo suspeita, um comunicado na Emissora local no qual considerava a decisão da AG do Petro como “ irrelevante e de nenhum efeito”.

 

Carlos Graça apeado do cargo

 

O ditado segundo o qual “um mal nunca vem só” encaixa­se como uma luva no caso de Carlos Graça que, nesta quinta-­feira, viu­-se apeado do cargo de Director Provincial dos Desportos, no âmbito de uma remodelação operada pelo governador Kundy Paihama. No seu lugar, foi indicado Joca Figueiredo, até então administrador adjunto do Huambo.

 

 

A sua exoneração pode significar um duplo revés, depois das suas pretensões de eleger o seu candidato favorito, “Geovetty”, de sua graça, à frente dos destinos do Petro do Huambo terem sido frustradas, por força de uma sentença do Tribunal daquela província, que decidiu esta semana adiar as eleições dos corpos gerentes na agremiação desportiva.

 

Com a sua saída do pelouro dos Desportos, aliada à derrota judicial do seu candidato à direcção do Petro do Huambo, as portas estão doravante escancaradas para a descoberta de eventuais descaminhos ou gestão dolosa do património do clube fundado por Armando Machado, nos idos dos anos 80.

 

 

Em meios locais, sobretudo desportivos, diz­-se que uma das causas que terá precipitado a queda de Carlos Graça terá a ver com o facto de ele ter interferido “abusivamente” no processo eleitoral do Petro local, assim como de ter abocanhado parte do património da referida agremiação desportiva, onde construiu um salão de festas e um restaurante.

 

Corre também a versão de que terá sido o próprio responsável a pedir o seu afastamento do cargo por razões de saúde.