Luanda - O governador da província de Luanda exonerou ontem os administradores comunais dos Ramiros, António Segunda, e do Mussulo, Ciros Cordeiro da Mata, por terem prestado falsas informações sobre a concessão de terrenos nas suas áreas de jurisdição.

Fonte: JA

Higino Carneiro procedeu às exonerações durante um encontro que manteve com os responsáveis da Administração Municipal de Belas, no quadro das visitas de constatação da realidade dos municípios da província de Luanda.


O governador disse que tomou essa decisão pelo facto dos administradores em causa não terem cumprido o juramento que prestaram no acto do seu empossamento, em que afirmaram e prometeram respeitar e fazer respeitar a Lei, respeitar o povo e defender o território.

“Todos os dias chegam ao meu gabinete vários documentos de cidadãos a queixarem-se da usurpação, concessão anárquica e venda de terrenos. Por estes motivos, e porque o Executivo aprovou recentemente um Plano Director Metropolitano Geral de Luanda, tive de suspender a venda de terrenos”, disse o governador provincial de Luanda, acrescentando que o poder deve ser exercido respeitando a Lei, as normas jurídicas, os regulamentos e o povo.

Higino Carneiro frisou que os responsáveis de cargos públicos devem pautar-se por condutas e atitudes correctas e evitarem conflitos com os cidadãos, por serem aqueles que os elegeram.Durante a sua visita à comuna dos Ramiros, o governador de Luanda inaugurou a escola do primeiro ciclo do ensino secundário, número 2.104, no bairro Cateba. A escola, de seis salas de aulas, foi construída num prazo de um ano, por uma empresa privada que por sua vez a ofereceu ao Gabinete Provincial de Educação.

Auscultação social

No fim da sua visita de constatação ao município de Belas, Higino Carneiro reuniu com os membros do Conselho de Auscultação e Concertação Social, onde registou todas as preocupações apresentadas pelos representantes dos munícipes e ficou a saber que naquele município 6.000 crianças estão fora do sistema nacional de ensino. O governador garantiu que vai trabalhar para atender as preocupações. Questões sobre a recolha de lixo, falta de energia, água potável, delinquência, falta de mais escolas, centros de saúde, falta de um velório na centralidade do Kilamba, bem como um hospital foram outras questões apresentadas.


Também a falta de passagens aéreas, esquadras de Polícia, ruas não asfaltadas, falta de centros de formação profissional, de transportes públicos fazem parte das preocupações dos munícipes.


Ao referir-se à desordem causada pelos taxistas e vendedoras ambulantes nas ruas e avenidas, Higino Carneiro disse que na província de Luanda foram construídas mais de 60 mercados, em diferentes localidades, mas apenas 25 estão a ser utilizados. “Por esta razão, o Governo, através dos órgãos de comunicação social vai divulgar, durante dois meses, um programa apelando às pessoas a não venderem nas ruas, e depois deste período, quem for apanhado a vender em locais impróprios, terá os seus bens confiscados”, alertou.

Quanto aos taxistas, disse o governador, devem estar mais organizados, cada taxista deve ter linhas de rotas devidamente definidas, para que, em caso de cometerem infracção serem mais facilmente identificados. Dos mais de 30.000 taxistas licenciados para prestarem serviço de táxis, não deve cada um circular em serviço por qualquer rota.


Higino Carneiro orientou o administrador de Belas a colocar as placas com os nomes de cada rua e os respectivos números das casas, com o apoio da comissão de moradores.

O governante pediu a participação da comunidade na segurança pública e citou os municípios de Cacuaco e Viana, como sendo os que mais registam a entrada de pessoas, dificultando a gestão administrativa da área.
“Cada cidadão deve prestar atenção às pessoas que surgem nos nossos bairros, deve procurar saber de quem se trata, o que faz, porque em muitos bairros chegam pessoas de outras áreas e ninguém diz nada, como é o caso de Viana, que ultrapassa os três milhões de habitantes”, referiu.


Higino Carneiro chamou a atenção das populações para pagarem um valor monetário, a ser determinado, de taxas de recolha de lixo e o pagamento dos impostos.
O governador provincial de Luanda visitou ainda o Centro de Distribuição de Água do Benfica.