Luanda - Soube que alguns dos alegados elementos de um indicado e carnavalesco “governo de salvação nacional” pelo chamados “revus”, mesmo sem terem tido conhecimento de eventual notificação para deporem perante o Tribunal de Luanda, terão sido publicamente ameaçados com medidas de coacção antecedidas de anúncio público de seus nomes, em supostos termos da Constituição e da Lei.

Fonte: Facebook

Tudo isso, aparentemente, para justificar o arrastamento do sofrimento a que têm sido sujeitos cidadãos que apenas tentavam exercer, pacificamente, os seus direitos previstos na Constituição e na legislação internacional adoptada pelo Estado angolano, como parte dos seus direitos humanos fundamentais.


É caso para se olhar com pena para estes confrades do Direito, encarregados de ameaçar elementos da sociedade supostamente fracos, quando, como juízes, não conseguem resistir a impulsos estranhos à Lei, à qual unicamente devem obediência, com a mesma a protege-los de interferências externas, como é e deve ser num estado democrático e de direito.

 

Os meritíssimos juízes não foram capazes de se opor aos “lobos” que prenderam ilegalmente os 15, de forma pública e notória. Aceitaram alegremente o pretexto da alegada indicação de um risível “governo de salvação nacional” cujo humorista, também nosso confrade, o Dr. Albano Pedro, “confessou” e explicou publicamente a razão do seu jocoso exercício; agora atiram-se a outros “cordeirinhos indefesos” e ainda por cima, com golpes de um maquiavelismo tão barato.

 

Mas, sendo este diversionismo judicial apenas “uma gota no oceano” das arbitrariedades da “nossa Justiça”, nos últimos anos, há que olhar-se (dirijo-me a pessoas humanas, passe o aparente pleonasmo) para a situação em que foram colocados tais cidadãos, com a também ela “atípica” prisão domiciliária, que os coloca numa condição de indigência, a si e suas respectivas famílias, afastados que estão das suas fontes de rendimentos. Sugere-se, em concreto, um acto de solidariedade para com esses cidadãos.

 

Com a “coragem” com que nos têm estado a limitar os direitos, liberdades e garantias é de todo em todo insensato pensar-se que isso é apenas “com eles".