Lisboa - O activista e preso político Nito Alves, condenado a seis meses de prisão efectiva pela 14 secção do Tribunal Provincial de Luanda, no Benfica, por dizer que o julgamento dos 15+2, onde também é réu, é uma palhaçada, foi hoje, dia 11, agredido física e verbalmente pelos agentes dos serviços prisionais na comarca de Viana.


Fonte: Club-k.net

Segundo informou aos  familiares, Nito Alves disse que os murros e empurrões de que foi vítima foram ordenados por Pedro Miala, Oficial Superior de Assistência (OSA) em serviço.


Nito Alves transmitiu ainda a família  que a acção violenta se deveu ao facto de negar-se a deixar o seu alimento e bloco de notas no estabelecimento no momento em que lhe foram buscar para ser levado ao tribunal do Benfica onde responde pela acusação do governo angolano de tentativa de golpe de Estado.


"Era por aí 10 horas quando me foram buscar e, por simplesmente querer trazer ao tribunal a minha comida e a água, cerca de sete agentes começaram a me dar socos, empurrar e a ofender. Não me permitiram mesmo trazer", contou.


Já na viatura dos serviços prisionais, colocado forçosamente, o jovem preso político manteve-se "sereno e frio". Decidiu também que, no regresso ao estabelecimento penitenciário, não irá comer a alimentação deixada "por razões de segurança". Com esta decisão, Nito Alves poderá comer apenas amanhã, altura em que irá ao tribunal, pois nega também receber alimentação da instituição prisional.


"Toda alimentação que lá deixei já não comerei. Aliás, talvez só volto a comer já amanhã", lamentou, segundo os familiares.


Segundo ainda  a mesma fonte, Nito Alves, tem recebido muita demonstração de solidariedade por parte dos reclusos naquela comarca.