Luanda - A Winterfell, cujo capital é detido pela Niara Holding, controlada pela empresária Isabel dos Santos, e pela Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE) de Angola, assegurou hoje que a compra de 65% da Efacec resultou de um processo transparente.

Fonte: Lusa

"A aquisição de uma participação de controlo na Efacec por parte da Winterfell correspondeu a um processo negocial transparente e de mercado que envolveu os acionistas vendedores (Grupo José de Mello e a Têxtil Manuel Gonçalves) e um conjunto significativo de instituições de crédito, tendo sido realizado em estrito cumprimento das regras aplicáveis em Portugal e em Angola", lê-se no comunicado da empresa angolana.

 

Esta é a reação da empresa angolana às notícias divulgadas na semana passada sobre o negócio, nas quais é revelado que a Comissão Europeia (CE) questionou as autoridades portuguesas sobre esta operação específica no âmbito da legislação europeia de prevenção e combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.

 

"Para além do que resulta das notícias veiculadas na comunicação social, a Winterfell desconhece por completo a existência de qualquer processo de análise, investigação ou inquérito a propósito desta transacção, seja em Portugal, seja ao nível da Comissão Europeia", destacou a Winterfell.

 

A sociedade angolana resulta de uma parceria entre a Niara Holding, que conta com a filha do presidente angolano José Eduardo dos Santos como investidora, e a ENDE.

 

"O facto de a ENDE ser uma entidade pública obrigou, de acordo com as regras de Direito Administrativo Angolano, ao cumprimento escrupuloso de um conjunto de procedimentos e formalidades", indicou a Winterfell.

 

"De igual modo, a senhora engenheira Isabel dos Santos é investidora na Niara Holding o que, de acordo com as várias regras e recomendações aplicáveis, incluindo pelas Directivas Europeias, levou ao cumprimento de um conjunto de regras e procedimentos (...) em todas as interacções com instituições de crédito, auditores, escritórios de advogados e outras entidades às quais seja aplicável a Directiva 2015/849 (ou, antes, o Regulamento EU 648/2012)", informou.

 

O comunicado sublinhou que "a Niara Holding pagou na totalidade as acções que detém na Winterfeld, assim como realizou 100% do capital próprio referente à aquisição da sua participação na Winterfell e, por conseguinte, na Efacec. Por outro lado, a ENDE pagou o valor referente às acções que detém na Winterfell conforme o seu capital próprio estabelecido".

 

E salientou: "Não houve nenhum financiamento por fundos públicos, não houve quaisquer subsídios da ENDE à Niara Holding, e não houve, deste modo, apoio financeiro do Estado angolano à Niara Holding ou aporte algum de fundos públicos a favor da Niara Holding. Para que não haja qualquer dúvida, a senhora engenheira Isabel dos Santos não foi financiada direta ou indiretamente pelo estado angolano, ou recebeu de alguma forma fundos públicos angolanos".

 

Segundo a Winterfell, "Isabel dos Santos é uma empresária de sucesso, com reconhecido mérito, negócios relevantes em Angola e Portugal, tendo criado mais de 10.000 postos de trabalho, e com demonstrada capacidade financeira que advém dos proveitos dos seus investimentos no setor privado e em empresas que agem em mercado concorrencial".

 

A empresa que agora controla a maioria do capital do grupo português considerou ainda que "a entrada de capital angolano na Efacec foi essencial para reforçar financeiramente a empresa portuguesa, aumentar a sua capacidade de investimento e relançar a estratégia de internacionalização", vincando que "a Efacec Power Solutions tem competências de grande relevância para a engenharia portuguesa e emprega cerca de 2.500 trabalhadores".

 

A Winterfell vincou que "notícias como aquelas que vieram a público nas últimas semanas, dando conta de insinuações sem qualquer fundamento e que, aliás, não tentam sequer alegar quaisquer factos ou ações menos próprias, não têm outro intuito que não seja manchar o nome das pessoas e entidades envolvidas, são promovidas por ativistas no âmbito de uma campanha política".

 

E concluiu: "É de lamentar que estes atos irresponsáveis destes ativistas políticos poderão provocar prejuízos às famílias trabalhadoras em particular e às economias de Angola e de Portugal".