Luanda - No âmbito ainda das comemorações das festividades de 14 de Abril (dia da juventude), resolvi nestas linhas da coluna do kudibanguela (defender-emos-nos) cogitar um pouco sobre a juvetunde, aqueles que num amanhã próximo darão a continuidade da defesa do legado e efeitos heroícos da geração dos nossos mais velhos. Uma geração que fora marcada pela coragem, determinação, audâcia, fé, patriotismo, provações até a última instância, colocando em muitas ocasiões, as suas vidas interminavelmente em prova para defenderem um ideal, uma causa que constitui a maior de todas, a conquista da independência, progresso social e económico, estabilidade política e a democracia em Angola. Ora, entendi fazer esta reflexão, que não deixa de ser também uma reflexão económico-sociológica, marcada pelas preocupações que diariamente a nossa juventude enfrentam. Uma juventude que, apesar das dificuldades socioeconómica e afirmação profissional ainda marcha e acredita profundamente no futuro de Angola. Desta forma mantendo vivo o sonho de uma Pátria unida, forte, progressista, reconciliada e democrática. Ora, o motivo pelo qual acredito na importância desta data e fazer uma reflexão profunda sobre ela não importa, sendo ela consensual ou não. É necessário nesta altura sermos francos para o bem da nossa própria terra, a nossa própria pátria e dissipar os equívocos ou mal entendidos aos nossos compatriotas, que a data em si, não faz desaparecer os problemas massivos que os nossos jovens enfrentam e que necessitam de soluções políticas urgentes, a curto, médio e longo prazo, através de todas as forças vivas do país.

Fonte: Club-k.net

O mais imperioso neste momento é reflectirmos e discutirmos sobre os conteúdos das políticas públicas que o nosso Executivo têm aprovado e implementado para estancar os diversos problemas que a juventude enfrenta: os problemas da habitação, formação tecníco-profissional, acesso e a qualidade de ensino-aprendizagem, a saúde, oportunidades de trabalho, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, consumo de drogas, a criminalidade, a questão da HIV-SIDA e afirmação profissional. Como também, os encontros de auscultação que o Chefe de Estado têm mântido com os jovens e as lideranças juvenis, se têm sido frutífero e inclusivo para solucionar os diversos problemas que esta franja da população angolana enfrenta, visto que são a maioria. Estas dificuldades e pressões sociais, o Chefe de Estado conhece-os bem, porque ontem foi jovem e esteve presente em todas as dinâmicas juvenis, passando por estas dificuldades e provou também estas amarguras, quer em Angola, Leopoldville, Brazaville ou na Russia enquanto estudante e jovem combatente na clandestinidade (1960/1975).

Portanto, este momento de paz, de concôrdia e de reconciliação nacional, é oportuno analisarmos a resposta à questão das intervenções sociais do Estado, portanto, que se deve preferir a afirmação de direitos e a busca de soluções globais para aplicação de medidas sectorias.


O tratamento político e social que se tem dado a questão da formação e ensino, o desemprego e habitação tem sido, em grande parte, negativo porque tem desconhecido em certa medida a realidade sociológica da situação conncreta dos jovens e a discussão não tem sido aberto e alargado como deveria ser, correndo o risco sempre de agravar a marginalidade dos próprios beneficiários. Por exemplo, o Executivo não pode aprovar medidas de combate a pobreza ou desemprego de uma forma linear para duas realidades distintas, a pobreza e desemprego rural e urbano, portanto, constituem duas realidades distintas e que merecem também medidas e intervenções distintas. As condições de vida urbana valem quase duas vezes as do mundo rural e, ao nível das classes menos pobres que as diferenças de rendimento entre os dois mundos são mais significativas. Não se pode falar de soluções para os problemas juvenis sem a presença, intervenção e participação das lideranças e protagonistas juvenis, tais como CLAÚDIO AGUIAR, M’FUCA FUACACA MUZEMBA, SERGIO LUTHER RASCOVA, WALTER FERREIRA, MC K, TOMÁS BICA, RAFAEL AGUIAR entre outros.

O Executivo tem de ouvir estas e outras vozes das lideranças juvenis, as suas pespectivas, soluções, iniciativas e acima de tudo visões do futuro para que as políticas publicas direccionadas a juventude tenham eficâcia real. Porque são estes que conhecem e lidam todos os dias com jovens e conhecem as dinâmicas juvenis. E nós os jovens, devemos compreender e levar em conta os esforços do Executivo, principalmente na pessoa do próprio Chefe do Estado e outras instituições Públicas (Ministério da Juventude e Desporto e Instituto Angolano da Juventude) e os seus parceiros directo (Conselho Nacional da Juventude e outras Associações Cívicas), colaborando e apoiando as iniciativas louváveis e criticando os poucos coerente e contribuindo assim com ideias no sentido de melhorar. Por isso, é necessário compreendemos que já é altura de termos um debate sério, credível, democrático, patriotico, despartidárizada, nacionalista e alargada que permita conceber uma acção de conjunto e, elevarmos as propostas de melhor articulação de crescimento e desenvolvimento através de um olhar estratégico que insistam na capacidade de gerar interacções sociais densas que possam transformar grupos e comunidades de jovens identificadas, que agem em função de critérios de resolução das necessidades que visam princípios de equidade e de justiça social.


Certamente que muito há ainda por se fazer ao nível da realização material de direitos para todos, e estou certo que nesta matéria a nossa jovem República ainda esta por cumprir, até porquê no âmbito dos direitos e garantias sociais fundamentais nada está nunca adquirido em definitivo. Regressões, atropelos e violações são sempre possiveis, mas o momento é oportuno de reconstruirmos um futuro melhor e o conhecimento exacto do passado e das experiências e lições que tiramos dela e o olhar que temos do presente, ajuda-nos à construir cuidadosamente o futuro. Podemos extrair os mais nobres valores republicanos da liberdade, igualdade e laicidade, ideário generoso cultivada há 39 anos na nossa República e, hoje se encontra tatuada na nossa Constituição e nos nossos espiritos, como indispensáveis bússolas para o progresso do país, sendo Angola uma Nação soberana e independente que tem como objectivo fundamental a construção de uma sociedade livre, democrática, de paz, justiça e progresso social e tendo como fundamento, a unidade nacional, a dignidade da pessoa humana, o pluralismo de expressão e de organização política e o respeito e garantia dos direitos e liberdades fundamentais do homem, quer como indivíduo, quer como membro de grupos cívicos e políticos organizados.


As políticas publicas aprovadas para eliminação dos problemas sociais vivenciados pelos jovens e não só, não podem transformar-se em autênticas e terríveis máquinas de produzir pobres e fomentando ainda mais as desigualidades sociais e, o crescimento económico que o país vai vivenciando, não pode, de forma nenhuma, continuar a ser para a MINÓRIA DE 2,5% PAI E PADRASTO PARA A GRANDE MAIOR DE 97, 5%. Contudo, é possível alternamos o quadro, se houver o empenho sincero e patríotico de todos nós. Não podemos continuar aceitar e engordar políticas públicas e posições que fomentam rupturas e assimetrias sociais e pontenciam ainda mais, um grupo reduzido de angolanos bem situados junto ao aparelho do poder político e a maior parte dos grupos de expatriados (estrangeiros) que PARTILHAM CONNOSCO MESMO SOLO MAS NÃO MESMA MISÉRIA E DIFICULDADES, usufruem de níveis de rendimentos e condições de vida altas e luxuosas, estas dificilmente atingíveis nos seus países de origem, mas conseguem com uma rapidez supreendente em Angola. Esta realidade não se trata de um olhar prenconceituoso da situação, mas sim, dos graus de bem-estar declarados pelas pessoas, principalmente os mais jovens que apesar destes estrangulamentos sociais e político-económico, continuam acreditar e a ter confiança no futuro do país, porque ela depende somente de nós, das nossas cabeças, dos nossos corpos, da nossa coragem e determinação, da nossas ideias e da nossa vontade de fazer com que as coisas aconteçam e sejam diferente do passado e do presente para a concretização do sonho e desejo de um futuro melhor para todos nós, os angolanos sem exclusões e discriminações como afirmou (NÃO FOI EU), o próprio PRESIDENTE DA REPÚBLICA nas comemorações dos 10 anos de paz «VAMOS TRABALHAR JUNTOS PARA O DESENVOLVIMENTO. TODOS SOMOS NECESSÁRIOS PARA ERGUER A NOVA ANGOLA, MODERNA, PRÓSPERA E DEMOCRÁTICA».

_________________
Politólogo e Jornalista