Lisboa – A recente exoneração de altos funcionários do Governo Provincial de Luanda (GPL), assinada pelo seu titular general Higino Francisco Carneiro esta ser interpretada como uma demonstração de que vai ser um governador diferente aos seus antecessores que tinha dificuldades de se impor.

 Fonte: Club-k.net

Higino Carneiro exonerou José Ferreira Tavares do cargo de Presidente da Comissão Administrativa da Cidade de Luanda e em seu lugar não nomeou ninguém ficando a ideia de que ele não faz falta ou de que com ou sem Tavares aquela administração funciona.

 

Para o deixar mais irritado, o general Higino Carneiro nomeou uma sobrinha de José Tavares, Mara Regina da Silva Baptista Quiosa para o cargo de Vice-Presidente para a Área Política, Social, Assuntos Comunitários e Ambiente da Comissão Administrativa da Cidade de Luanda. Mara Quiosa era até pouco tempo a administradora distrital do Sambizanga.

 

José Ferreira Tavares é um dirigente municipal na qual recaem lhe criticas de se fazer arrogar como próximo ao Presidente José Eduardo dos Santos. A “relação” de JES, advém de um tio seu, já falecido, Mario Santiago, ex- contemporâneo do Presidente da República. Ao tempo em que Tavares esteve ligado a associações filantrópicas do município do Sambizanga, uma irmã do falecido Mario Santiago intercedeu a seu favor, resultando na sua acomodação no regime com a colocação de administrador do Sambizanga. Foi-lhe também oferecido uma patente militar ao grau de general, apesar de nunca ter sido tropa.

 

Quando o general Zé Tavares ascendeu a  Presidente da Comissão Administrativa da Cidade de Luanda, incompatibilizou-se com o então governador provincial Bento Francisco Bento. Quando fosse convocado para reuniões no GPL, e notasse que o assunto não fosse do seu interesse simulava receber telefonema do gabinete presidencial e retirava se da sala para não voltar mais.

 

Diz-se que Bento Bento sentia-se minimizado ou irritado com a conduta de Zé Tavares. Contudo, tão logo Higino Carneiro, assumiu o comando de Luanda, o Primeiro Secretario cessante do MPLA, Bento Bento fez-lhe um apelo para que disciplinasse Luanda, porque segundo argumentou todo mundo quer mandar e todo mundo é general.

 

Para muitos observadores, as palavras de Bento Bento denotavam estar a referir-se a pessoa de José Tavares, que ao tempo Presidente da comissão de Luanda, exigia que o tratassem por “Presidente Tavares”, e se fazia transportar numa caravana de batedores como se fosse a sua guarda presidencial.