Lisboa - As receitas do petróleo afundam, a inflação dispara, a redução de negócios é acentuada, as divisas são cada vez mais escassas, os produtos essenciais racionados para evitar açambarcamentos e a Standard & Poor’s desceu um nível o rating do longo prazo do país. Com estes ingredientes e neste ambiente adverso em que a economia angolana se move, a combinação pode revelar-se explosiva.

Fonte: Expresso

O Orçamento do Estado para 2016 contava com o petróleo a 45 dólares por barril. Com o preço na casa dos 32 dólares, a revisão em baixa da receita de €19,4 mil milhões é uma questão de tempo. Quando o petróleo sobe 2% ou 3% “há logo empresários portugueses que telefonam entusiasmados, mas a verdade é que para o país voltar a um crescimento robusto é preciso que o preço atual duplique”, conta um gestor bancário radicado em Luanda.

A visão de Eduardo Rangel, com duas empresas de logística e 150 assalariados em Angola, incorpora duas narrativas distintas. A atividade interna “revela-se estável e não causa dores de cabeça”. A Rangel não tenciona reduzir ou reorganizar a operação. Outra coisa é a realidade do comércio externo. O comércio com Angola “está a cair 50%, sendo mais acentuada na fileira dos materiais de construção”, revela o empresário. E quem importa tem de pagar em Portugal.

“Há clientes que sugerem pagar no destino, em kwanzas, mas não aceitamos”, diz o empresário. E a Rangel não assume esse risco “porque também tem de pagar o serviço de carga em Portugal”. Até a TAAG, companhia aérea de bandeira do país, cobra em euros. A banca angolana suprimiu as cartas de crédito e são raros os grupos angolanos com acesso a linhas de crédito em Portugal ou seguros da Cosec.
Financiar em Portugal

O segredo para uma aterragem mais suave em Angola reside em financiar a atividade a partir de Portugal. Os exportadores com sucursais no país ou redes comerciais que operam nos dois lados podem optar por manter o nível de negócio, aceitando acumular kwanzas nas contas em Angola.

 

Há uma leitura para o facto dos CA da comunicação social terem sido empossados pelo ministro da tutela, ao contrário do que é habitual: o PR querer afastar-se das nomeações inquinadas no caso das EN, responsabiliZando o ministro proponente pelo que poderá acontecer daqui para frente.

Habitualmente, o empossaremos das administrações das empresas públicas é feito pelo ministro da Economia, na presença do titular do sector a que pertença.

Na comunicação social tb tem sido assim. Aliás, na primeira data anunciada não houve a tomada de posse pk o ministro Abraao Gourgel estava fora do país, representando o PR na cimeira sobre investimentos em África, ocorrida no Egipto.

O facto de a cerimónia se ter realizado no ministério da comunicação social e não bonda economia e sem a presença de Gourgel, que tutela o sector empresarial público, pode ser entendido como um descalçar de luvas do PR, depois de conhecida a auditoria do Tribunal de Contas às Edições Novembro.


De acordo com a notificação do Tribunal de Contas, o prazo para que José Ribeiro apresente o seu contraditório sobre as graves acusações que pesam sobre a sua gestão à frente da Edições Novembro termina na segunda-feira.

Na empresa vive-se uma agitação anormal, com a procura de documentos que possam contradizer as acusações do TC. José Ribeiro chamou uma empresa de consultoria portuguesa, a PKF, para o ajudar na reposta ao Tribunal de Contas. Curioso é que a própria PKF vem citada na auditoria do Tribunal de Contas como tendo beneficiado de vários pagamentos em centenas de milhares de dólares sem qualquer documentação de suporte, além do grave cúmulo de ser simultaneamente consultora e auditora da EN.

Nos corredores do Jornal de Angola tem-se ouvido que José Ribeiro tem articulado a sua defesa no destratamento do Tribunal de Contas considerando que extravasou as suas competências e que a equipa técnica que fez a auditoria é incompetente, desconhecendo o papel da EN como órgão de comunicação social não abrangida pelas normas de gestão a que estão sujeitas às demais empresas públicas.

Ribeiro vai entregar o contraditório na segunda-feira mas está confiante que os seus apoios políticos se sobreporão às constatações do Tribunal de Contas e às decisões de reembolsar o Estado em mais de 30 milhões de dólares.