Luanda - As práticas sociais no que diz respeito às Pessoas com Limitação, ou, Pessoas com Mobilidade Condicionada (PcL/MC), comumente chamadas Pessoas com Deficiência, são divididas em quatro eras, sendo: exclusão, que vai da antiguidade até ao início do século XX; segregação, que vai da década de 20 à 40; integração, da década de 50 à 80; e inclusão, da década de 90 até às próximas décadas do século 21

Fonte: NgolaJornal

As práticas sociais no que diz respeito às Pessoas com Limitação, ou, Pessoas com Mobilidade Condicionada (PcL/MC), comumente chamadas Pessoas com Deficiência, são divididas em quatro eras, sendo: exclusão, que vai da antiguidade até ao início do século XX; segregação, que vai da década de 20 à 40; integração, da década de 50 à 80; e inclusão, da década de 90 até às próximas décadas do século 21.

Tendo em consideração esta divisão das eras, diremos que este lema surgiu na era da Inclusão, porém se levarmos em conta o conceito de Participação Plena, o lema teve a sua génese em 1962, em plena era da Integração, e conheceu novos desenvolvimentos a partir de 1981, com o impulso da comemoração do “Ano Internacional das Pessoas Deficientes”, cujo lema foi Participação Plena E Igualdade.

A origem consistia na ideia de que as PcL/MC tinham capacidade para serem participantes activos, e/ou geradoras de bens ou serviços, e não meras receptoras, dependentes.

Uma análise deste que foi o lema das celebrações do dia 3 de Dezembro de 2014, dá-nos um entendimento melhor sobre a sua profundidade, mormente nos dias actuas, quando se fala da inclusão como uma questão inerente aos direitos humanos.

Vamos a isso: Nada, quer dizer “Nenhum resultado”: seja o que for, lei, decreto, política pública, serviço, projecto, campanha, financiamento, construção de espaço, equipamento, utensílio, oferendas ou benefício etc. Cada um destes resultados diz respeito a alguma área de actividade na sociedade, como na educação, cultura, saúde, recreação, no emprego, desporto, transporte e comunicação, etc.


Sobre Nós, ou seja, “a respeito das PcL/MC”.

A vírgula, que se segue, tem a função de elipse, uma figura de linguagem que substitui uma locução verbal que, neste caso, substitui a expressão “será gerado”.


Sem Nós, ou seja, “sem a plena participação das próprias PcL/MC”. Participação, que pode ser individual ou colectiva, deverá ocorrer em todas as etapas dos processos que dão lugar os resultados, desde a elaboração, a implementação, a fiscalização, a avaliação e o contínuo aperfeiçoamento.


Juntando as palavras, Nada Sobre Nós, Sem Nós, quer dizer, “Nenhum resultado a respeito das PcL/MC será gerado sem a sua (delas) Plena Participação. Noutras palavras, estamos a dizer: “Exigimos que tudo que se refira a nós seja feito com a nossa participação. Por melhores que sejam as intenções das pessoas, ditas, com todas as habilidades, dos órgãos públicos, das empresas, das instituições ou da sociedade em geral, não mais aceitamos receber resultados forjados à nossa revelia, mesmo que em nosso benefício.”

As PcL/MC são verdadeiras peritas em assuntos de limitação física ou mobilidade reduzida, pelo que temos de ser consultado(a)s e envolvido(a)s decisivamente nas actividades atinentes à nossa existência. A nossa capacidade tem de ser reconhecida.

Esta não é uma questão de saúde e bem-estar, é sim uma questão de direitos humanos e de desenvolvimento.

Adão Ramos, Activista pela Inclusão*