Luanda - No seu primeiro discurso após a reeleição como secretária-geral da Organização da Mulher Angolana, Luzia Inglês “Inga” prometeu responder com muito trabalho ao voto de confiança e fez um apelo à unidade, à força e à determinação das militantes e das mulheres em geral para manter a senda de conquistas na luta pelo equilíbrio de género. Com o auditório do Centro de Conferências de Belas abarrotado e com o cenário pintado de vermelho, preto e amarelo, as cores tradicionais da OMA, Luzia Inglês anunciou com voz firme que os próximos cinco anos são de grande luta e pediu às militantes que encarem de frente os desafios que o MPLA tem no futuro.

Fonte: JA

Inga defendeu entrega, sentido de dever e patriotismo, assentes na unidade nacional e na paz, pois, como disse, são premissas indispensáveis para que o trabalho em defesa e promoção da mulher resulte numa participação cada vez mais activa na vida política, económica, social e cultural.

“O sucesso da nossa Organização depende da união de saberes, experiências, vontades e inteligências de todas as militantes da OMA, desde as anciãs às jovens na defesa dos nossos princípios e valores”, disse Luzia Inglês, antes de lembrar que a defesa da igualdade e o bem-estar da mulher angolana deve estar sempre na primeira linha de prioridades e ter lugar central nos programas de desenvolvimento. Por isso, referiu, é prioridade da organização a promoção de projetos viáveis, ligados à educação para a saúde da mulher nas comunidades, elevação da sua cultura jurídica, visando o combate à violência doméstica, sexual e psicológica.

Luzia Inglês destacou que o Congresso elegeu a alfabetização como prioridade absoluta, assim como o despertar do espírito empreendedor das mulheres com vista a tornarem-se capazes de ajudar a cuidar das suas famílias e também contribuir para o combate à pobreza nas comunidades.

No evento participaram 1.573 delegadas, das 1.600 previstas, correspondendo a 98,31 por cento, das eleitas nas assembleias das organizações de base, dos órgãos intermédios e dos Comités da OMA no exterior do país, além de delegadas por direito, indicadas e convidadas permanentes. Organizações femininas da África do Sul, Brasil, Cabo Verde, Congo Brazzaville, República Democrática do Congo, França, Guiné-Bissau, Moçambique, Namíbia, Portugal, Sahara-Ocidental e S. Tomé e Príncipe marcaram presença, assim como a da Federação Democrática Internacional das Mulheres (FDIM).

Inga é membro do Bureau Político e do Comité Central do MPLA, deputada à Assembleia Nacional, presidente da Mesa da Assembleia-Geral da Associação dos Antigos Combatentes, vice-presidente da Federação Democrática Internacional da Mulher para África e vice-presidente da Internacional Socialista de Mulheres para a África Meridional.

Sob o lema “Mulher angolana – firme pela igualdade e bem- estar social ”, as delegadas ao VI Congresso da OMA analisaram e aprovaram os relatórios do Comité Nacional cessante, alterações aos Estatutos da organização, o Programa de Acção para o Mandato de 2016/2021, bem como as teses do VI Congresso Ordinário, que destacam as estratégias de inclusão da Mulher Rural e o seu papel no desenvolvimento sustentável de Angola, a família e o resgate de valores patrióticos, éticos, cívicos, culturais e morais, e as conquistas e os desafios das Mulheres nos 40 anos de Independência.

A sessão de encerramento, que foi presidida pelo secretário-geral do MPLA, Julião Mateus Paulo Dino Matross, foi preenchida com momentos de música e teatro. Os músicos Sabino Henda, Lina Alexandre e Célsio Mambo brindaram as delegadas com temas do seu repertório que exaltam a mulher. A JMPLA marcou presença com uma rapsódia, retratando a vivência e peripécias de mulheres angolanas de vários estratos sociais desde a era colonial à Angola de paz e em desenvolvimento.