Luanda - O secretário-geral do Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA) afirmou que o “partido está preparado para todas as circunstâncias”, apesar da “surpresa” da retirada do chefe de Estado angolano da vida política ativa em 2018.

Fonte: Lusa

Segundo Julião Paulo “Dino Matrosse”, o assunto agora introduzido por José Eduardo dos Santos é novo e terá de ser gerido pelo partido.


“Ainda é só um anúncio, ainda não temos que fazer comentário sobre isso. O camarada Presidente como pessoa, como estadista, ele é angolano, tem a idade que tem, está há algum tempo no poder e acha que há um determinado prazo, que deverá sair da gestão ativa do país”, disse o secretário-geral do MPLA.


O anúncio de José Eduardo dos Santos foi feito hoje, em Luanda, na abertura da 11.ª reunião ordinária do Comité Central do MPLA, convocado para preparar o congresso do partido, agendado para agosto e que servirá para preparar as candidaturas às eleições gerais de 2017 em Angola.


O dirigente do partido no poder desde a independência de Angola, em 1975, questionado se aquela força política está preparada para a saída do seu líder, respondeu que o MPLA “está preparado para todas as circunstâncias”.


Instado a comentar se o anúncio agora feito por José Eduardo dos Santos implicará alteração à data prevista para as eleições gerais em Angola, em 2017, Julião Paulo “Dino Matrosse” rejeitou essa hipótese.


“Não haverá alteração, é o que eu disse, não queria fazer comentário sobre isso, senão, que temos que gerir isso dentro do partido e depois no momento exato vamos discutir isso”, frisou.


Contudo, admitiu que o anúncio do líder do partido “não deixa de ser uma surpresa”.


No discurso desta sexta-feira, o chefe de Estado angolano não clarificou em que moldes será feita a sua saída da vida política e se ainda estará disponível para concorrer às eleições gerais de agosto de 2017 ou à liderança do partido, este ano, antes da sua retirada.


José Eduardo dos Santos é Presidente de Angola desde setembro de 1979, cargo que assumiu após a morte de Agostinho Neto, o primeiro Presidente angolano.


Na mensagem que dirigiu aos mais de 260 membros do comité central presentes na reunião, José Eduardo dos Santos criticou ainda a gestão danosa nas empresas públicas, apelando à mobilização dos melhores quadros para as funções de governação do país.