Luanda - Na segunda feira, toda a agenda mediática estava focada na tomada de posse de ministros e governadores recém nomeados pelo titular do poder executivo na mais recente reestruturação governamental. Até aqui tudo bem! As recentes nomeações dividiram opiniões como não deveria deixar de ser, tendo em conta a importância das pastas ministeriais visadas na tão propalada reestruturação, da qual os angolanos continuam esperançados em melhores dias e em melhores condições de vida, e expectativas quanto à concretização de políticas anunciadas pelo compromisso do Governo e do Plano nacional de desenvolvimento.

Fonte: O Pais

Das nomeações agora feitas, há uma que chamou atenção da opinião publica. Trata-se da nomeação do novo governador do Banco Nacional de Angola. Num momento complexo como o actual, a política monetária desempenha um papel central. E a estabilidade da política monetária como a estabilidade do cargo de Governador do banco central é fundamental, apesar deste último aspecto depender da confiança política do titular do poder executivo. O sector bancário Angolano esteve na mira de fogo nos últimos dois anos.

 

Primeiro com o caso Banco Espírito Santo, a falta de divisas, o acordo monetário com a Namíbia, só para citar esses. Estes factos, exigiram a intervenção do executivo, para além do impacto político que gerou, e do impacto que teve nas contas públicas. Por outro lado, esses factos ,geraram uma onda de descrédito no sector bancário.

 

Para dirigir um Banco Central como o Banco Nacional de Angola, é preciso ter capacidade profissional necessária para o exercício da função, e comprovada experiência, habilidade e conhecimento nomeadamente na política monetária, e na fiscalização bancária. Para o BCE por exemplo, o artigo 11.2 do tratado de Maastricht (que criou metas de livre movimento de produtos, pessoas, serviços e capital e que Visava à estabilidade política do continente Europeu), prevê que os membros do conselho executivo dos bancos Centrais Europeu, devem ser pessoas de reconhecida posição e experiência profissional em assuntos monetários e bancários.

 

Um bom exemplo que Angola deveria seguir não só pela importância que a política monetária tem na vida da pessoas, mas também pela credibilidade internacional e não só de uma instituição como o Banco Nacional de Angola. Particularmente, no caso do novo governador do Banco nacional, o que está em causa, na minha (obviamente modesta) análise é a capacidade de governação, as competências, a experiência e as habilitações para o desempenho do cargo que se desconhecem do curriculum do Dr. Valter Filipe.

 

Porque uma coisa é ter estudado um determinado assunto, e outra que é bem diferente, é a prática e a experiência no amo. É claro que um outro governador não faria milagres, mas, pelo menos o seu curriculum não deveria deixar dúvidas para o exercício do cargo. Apesar da tese acima defendida, há uma tarefa gigantesca que se espera do novo governador.

 

O primeiro, é sobre as divisas que não há muito fazer, enquanto as exportações não subirem. O segundo, é a relação entre o Banco Central e o sistema bancário. Melhorar a articulação entre a regulamentação bancária e a fiscalização. Parece ser esta a prioridade do novo Governador, a quem nos resta desejar boa sorte!…