Luanda - Integra da prelecção da Secretária Provincial da UNITA na Huíla Dra. Amélia Judith feita neste sábado, na cidade do Lubango em alusão ao 13 de Março.

Fonte: UNITA

PALESTRA SOBRE OS 50 ANOS DA FUNDAÇÃO DA UNITA

Exmos. Senhores Membros da Comissão Política; Exmos. Senhores Membros do Comité Provincial; Exmos. Senhores Membros do Executivo Provincial do nosso Partido; Caros Quadros; Prezados Convidados; Huilanas e Huilanos.


O nosso glorioso Partido, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), completa no dia 13 de Março de 2016, 50 anos de existência. Com efeito, no longínquo ano de 1966, enquanto o regime colonial português desdobrava ­se em manobras que visavam perpetuar o colonialismo por via de políticas irrealistas e apaniguadas pelos círculos capitalistas e reacionários do regime de Salazar e Caetano, um punhado de jovens angolanos tais como Tony da Costa Fernandes, Miguel Nzau Puna, Samuel Chiwale Armando Dembo, Ernesto Mulato, Smart Chata e tantos outros, capitaneados pelo também jovem Jonas Malheiro Savimbi, nas matas do Leste, na localidade de Muangai, província do Moxico, fundava o Partido que em Angola viria ser uma autêntica profecia. A UNITA, é o movimento de libertação em Angola que efetivamente lutava e ainda luta para colocar no rumo certo o sentido lógico do curso da história de angola e do continente africano.


1. AS RAZÕES DA FUNDAÇÃO DA UNITA. Prezados companheiros, As razões que levaram a criação da UNITA, correspondiam na Juventude de então, a uma vontade de fazer o melhor. Uma vontade de acertar na política de competição honesta, mas intransigente, em suma, uma vontade de enfrentar o inimigo português de uma maneira mais coerente.


A UNITA não é apenas uma consequência espontânea dos movimentos políticos dos angolanos no período colonial. Na base de criação da UNITA estiveram razões suficientemente ponderadas, fundadas na necessidade de se respeitar a diversidade sociopolítica de Angola e, desta forma, viabilizar a construção da nação angolana. Derivada do mais profundo sentimento nacionalista africano, a UNITA é e assume ­se como organização política de autóctones angolanos que, objectivamente, lutam pela Independência Total, pela Unidade nacional tendo em atenção que o país, herdado do colonialismo é um mosaico de vários povos e nações oprimidas pelo ocupante estrangeiro entre 1482 e 1926.


Deste modo a fundação da UNITA surgiu da necessidade de preencher o espaço político vazio deixado pelos dois movimentos anteriores que na sua génese representavam apenas os interesses de uma minoria, predominantemente crioula, no caso do MPLA e da etnia bacongo no caso da FNLA que, alias, denominava ­se UPNA (União das Populações do Norte de Angola). Ambos os movimentos estavam sedeados no exterior do país o que dificultava ainda mais a sua acção política junto dos angolanos de outras latitudes.


Por altura da sua fundação, no Muangai, a UNITA definiu cinco princípios que sustentam o ideal republicano por ela defendido e são os verdadeiros vectores que orientam a sua acção político­ partidária visando a construção de uma sociedade de justiça social. Esses princípios são:

1. Liberdade e Independência Total,para os homens e para a Pátria mãe;


2. Democracia assegurada pelo voto do povo através de vários partidos políticos;

3. Soberania expressa e impregnada na vontade do povo de ter amigos e aliados, primando sempre os interesses dos angolanos;

4. Igualdade de todos angolanos na Pátria do seu nascimento;

5. Na busca de soluções económicas, priorizar o campo para beneficiar a cidade. Esses ideais republicanos permitiriam para Angola desenvolver­ se na base da liberdade e independência, igualdade e democracia pluralista, soberania popular e desenvolvimento harmonioso do país, sem perturbações de nenhuma ordem.

2. QUAL É O BALANÇO DOS 50 ANOS DE EXISTENCIA DA UNITA E QUAL É O RESULTADO DA SUA ACÇÃO POLÍTICA EM ANGOLA E NO MUNDO;

Prezados Companheiros,

Os cinquenta anos da existência da UNITA apresentam um balanço francamente positivo para Angola, para África, com particular realce para a sua parte Austral e, porque não dizê-­lo, para o mundo em geral.


Em primeiro lugar há que destacar que com a fundação da UNITA, em 1966, o país passou a contar com mais um Movimento de Libertação, porém verdadeiramente nacional, cuja Direcção foi instalada no interior do país o que sem sombra de dúvidas representou um grande impulso na guerra contra as forças coloniais em presença. O facto do exército português assinar com a UNITA o acordo do cessar­ fogo, a 14 de Junho de 1974, 50 dias depois do golpe em Portugal não foi um acaso; significou o reconhecimento da sua capacidade militar e a ameaça que representava para os portugueses;


Em segundo lugar há que considerar a expansão, por conta da UNITA, da guerrilha para o Leste e Sul do país, regiões que até então não haviam conhecido reivindicações políticas por via armada tendo em conta que os dois movimentos anteriores tinham até então um cariz eminentemente regionalista;

Em terceiro lugar, a intensificação das acções militares de guerrilha em todo o país acabou por despertar a consciência dos portugueses, cujos filhos morriam ingloriamente em Angola, para a necessidade da concepção da independência às colonias o que veio acelerar, também, as reivindicações em Portugal que culminaram com o golpe de estado de 25 de Abril levado a cabo pelo Movimento das Forças Armadas. Por isso, é da mais elementar justiça reconhecer que a UNITA acelerou o derrube do colonialismo português em 1974;


Em quarto lugar, a UNITA desempenhou um papel importante na conciliação dos três movimentos de libertação para a assinatura dos Acordos de Alvor graças a relação privilegiada do seu Presidente Fundador, Dr. Jonas Malheiro Savimbi, com uma plêiade de Chefes de Estados africanos como Jomo Kenniatta, David Kenneth Kaunda, Joseph Mobutu, Omar Bongo e outros. Consequentemente, a UNITA foi parte activa dos referidos Acordos que serviram de instrumento político­ jurídico de transição para a independência de Angola; Em quinto lugar, como princípio basilar da sua ossatura política, a UNITA negou categoricamente, em 1975, a implantação de um regime de partido único em Angola resistindo, sozinha, às forças coligadas do MPLA e Cubanos, estes que atingiram o considerável número de 63.000 e equipados com material de guerra sofisticado incluindo mais de 300 aviões de combate;

Em sexto lugar, graças a visão estratégica da UNITA foi possível impedir, entre 1976 e 1991, a expansão e implantação de regimes de economia centralizada como extensão do imperialismo soviético em toda região austral de África no quadro da confrontação das superpotências de então, URSS e EUA. Consequentemente, o fracasso da ocupação desta região pela URSS propiciou a transição pacífica do regime do apartheid para o estabelecimento da democracia na África do Sul e da economia de mercado nos restantes países. Em sétimo lugar, como corolário da sua luta de resistência, a UNITA tornou­-se força constituinte, ad início, das forças Armadas Angolanas (FAA), como um exército republicano, a partidário cuja missão consubstancia­-se na defesa do solo pátrio, na soberania do Estado angolano e no primado da lei. A luta da UNITA transformou a República Popular de Angola em República de Angola com um Parlamento multipartidário

Na arena internacional, com realce na região austral de África a UNITA orgulha ­se pelo facto de, fracassada a política expansionista russo­ cubana, os cubanos estão, também eles, a libertarem­ se da ditadura Castrista e aos poucos começam a integrar ­se nos povos livres do mundo.

Na verdade, graças à fundação da UNITA e a visão estratégica do seu Presidente Fundador, o Dr. Jonas Malheiro Savimbi, Angola orgulha­ se, hoje, de ser um país independente e de ter contribuído para uma reconfiguração política regional que corresponde aos anseios legítimos dos respectivos povos. Sem a UNITA, sem a sua resistência heróica a nossa Angola não seria multipartidária e a nossa África não seria, seguramente, o que é hoje.


Em toda a sua história dos 50 anos e diferentemente daqueles que se auto proclamam únicos representantes do povo angolano sem nunca demonstrar capacidade de dialogar, a UNITA lutou sempre para a unidade nacional na base da diversidade étnica e cultural dos povos que habitam o território desde os tempos remotos; 3. COMO ESTÁ ANGOLA HOJE? Prezados Companheiros, Politicamente Angola vive um quadro de difícil definição. Apesar da dignidade constitucional da democracia e do pluralismo político, conquistada pela UNITA para acomodar a liberdade e prosperidade dos angolanos, a verdade é que esses fundamentos foram sequestrados pelo regime do presidente José Eduardo dos Santos. Da mesma forma que havia subvertido o quadro político de transição estabelecido nos acordos do Alvor, o MPLA e o seu presidente, depois da conquista da paz militar, voltaram a trair os angolanos de boa ­fé e, ignorando os anseios da maioria dos angolanos, subverteram a democracia e a dignidade da pessoa humana.

 

O MPLA e o seu presidente atentam sistematicamente contra o direito à vida dos angolanos ao submete ­los a uma vida de sacrifício permanente; o regime actual impede a liberdade de expressão da maioria dos angolanos por ter sequestrado os órgãos de comunicação social públicos e os ter colocado exclusivamente ao seu serviço; o regime actual em Angola, ao arrepio da Constituição e da Declaração Universal dos Direitos do Homem, nega aos angolanos o direito de manifestação e de reunião, o direito a uma habitação condigna, o direito a educação, a saúde e ao ambiente sadio.

 

Os fundamentos do republicanismo são sistematicamente abalados pela corrupção endémica, pela manipulação das eleições e defraudação da vontade popular manifestada nas urnas. O regime instalado em Angola reedita a história das décadas de 50 a 70 do séc,. XX quando a tirania do regime colonial levou ao rubro o sentimento patriótico e faz despertar novamente no angolano a consciência revolucionária e nacionalista, principalmente os jovens;

Os fundamentos da república foram abalados pela ilimitação dos poderes do Presidente dos Santos; pela usurpação da riqueza pública em favor da sua família e amigos; Os fundamentos da república foram abalados pela ausência de direitos dos governados e pela falta de liberdade de expressão.

No domínio económico, a situação actual de Angola é caracterizada por uma injustificada crise económica, social e política decorrente das políticas inadequadas que o executivo liderado pelo Presidente dos Santos teimosamente insiste em perpetuar caracterizada por uma economia de enclave assente no petróleo.


A arrogância que caracteriza o MPLA não permitiu que a profecia da UNITA, sobre o melhor modelo económico para Angola, fosse implementado, consubstanciado na prioridade do campo sobre a cidade na busca de soluções económicas. Consequentemente, ao primeiro abalo no preço do petróleo, desmoronou­ se o falso império financeiro que os seus dirigentes tanto proclamavam estar a construir. A desvalorização da moeda corroeu os parcos salários dos trabalhadores que lutam agora contra a subida vertiginosa dos preços dos bens alimentares estes que, entretanto, começam a escassear no mercado oficial.


Prezados Companheiros, Huilanas e Huilanos, O quadro económico, social e político caracterizado desta forma é uma garantia segura de convulsões sociais de vária ordem.Ao comemorar os 50 anos da sua existência a UNITA reafirma solenemente os ideais republicanos de Muangai designadamente a independência total para os homens e para a pátria, a democracia multipartidária e a igualdade dos homens na pátria do seu nascimento, a soberania popular, o desenvolvimento harmonioso do país alicerçado na agricultura, a cooperação internacional com reciprocidade de vantagens;


Ao comemorar os 50 anos da sua fundação, a UNITA reitera o seu compromisso com a paz definitiva para Angola. Como reiteradamente tem afirmado Sua Excelência, o Presidente da UNITA, Dr. Isaías Henriques Ngola Samakuva e eu cito: O preço da paz é o somatório do sofrimento colectivo por que passaram todas as famílias angolanas. Este sofrimento foi tão grande, tão profundo e tão longo que imunizou a nossa nação contra a guerra. Estamos vacinados contra a guerra. O povo angolano já pagou o preço pela paz militar. E deste preço, culpados somos todos, responsáveis somos todos e vítimas somos todos. Fim de citação

Prezados companheiros, Huilanas e Huilanos


A UNITA é o único instrumento realmente apetrechado com a experiência da história capaz de provocar mudanças políticas significativas em Angola como sejam a verdadeira reconciliação nacional, o pluralismo político e uma democracia autêntica.

Apoiar a UNITA é pois e antes de mais pôr fim a ditadura de 40 anos e aproximar o futuro da felicidade dos angolanos de todas as latitudes. A pátria tem sede da liberdade; a pátria tem pressa da liberdade para parar a sangria dos seus recursos perpetrada por um grupo de antipatriotas em coluio com sectores de malfeitores de terrorismo internacional.


À Prezada Igreja Cristã angolana, O caso Kalupeteka, ardilosamente construído pelo regime está desembocar em supostas plataformas de igrejas que mais não serão, senão comités de especialidade do MPLA com o objectivo de atrasar a derrota da ditadura na urnas e propiciar o prolongamento do sofrimento dos angolanos. Nosso Senhor Jesus Cristo pregou a Liberdade, a Fraternidade e a Igualdade, conceitos que coincidem com os princípios republicanos mas, infelizmente, proibidos na nossa sociedade. A pilhagem das riquezas de Angola por um pequeno grupo de indivíduos que se julgam detentores da sorte de Deus, o controlo absoluto da imprensa, falada e escrita, o enquadramento e favorecimento das lideranças de algumas igrejas, configuram já artifícios fraudulentos das próximas eleições gerais com as quais a Igreja angolana não deve pactuar. Nada mais pode ser característico numa democracia do que o princípio da igualdade. Agindo como está a agir, o governo angolano está a ferir esse principio e por conseguinte a tornar fraudulentas as eleições de 2017.


Desde a sua fundação, a UNITA posicionou ­se do lado dos explorados de ontem e de hoje; dos camponeses e dos operários, dos professores e dos enfermeiros e funcionários, dos comerciantes e dos pequenos industriais, numa só palavra, da classe média. A UNITA continuará fiel aos princípios de Muangai, ciente de que eles toldam a vontade da maioria dos angolanos excluídos e desejosos de alcançar um lugar ao sol.

Viva a UNITA Viva os 50 anos da Fundação da UNITA Viva Angola
BEM HAJA!