Luanda - Antes, endereço as minhas saudações fraternais e, para vós, laborais. Não sei que Decreto dá personalidade jurídica a esta instituição, nem sei desde quando existe no mercado angolano, especialmente na organização de eventos e programas passados geralmente pelo segundo canal da TPA —Televisão Pública de Angola. Certo é que o seu titular chama-se Paulino dos Santos, ou, artisticamente, Córeon Du. Por meio desta carta, quero parabenizar por tudo e muito que tem feito para impulsionar a cultura nacional, especialmente no sentido audio-visual, com a produção de eventos que levam Angola ao palco, mostrando o seu "cu" altamente "duro" e outras manifestações artísticas que realmente andam a dizer ao mundo quem somos, ainda que não seja o que somos, deveras.

Fonte: Club-k.net

Apesar disto, como maior factor motivador desta carta, venho aqui manifestar o meu descontentamento quanto à inexistência de resultados dos testes ou casting's para apresentador de televisão, com espaço reservado no programa Tchilar, todas as mundanas Quinta-feiras. Será uma mera rubrica do programa ou têm sido mesmo casting's? Coloco-vos esta questão porque, pelo que a minha memória dita, não houve um só programa em que se disse o nome dum possível vencedor ou apurado.

 

Enquanto estes dramas vão acontecendo, diga-se de passagem, os rostos dos programas da grelha do canal 2 nunca são novos. No fundo, não há renovação, tal como acontece no governo: alguém é exonerado aqui e colocado aí e, pouco ou muito tempo depois, passa para ali, onde é mais desafiado ou dez afiado na carreira profissional. Três grandes exemplos destas afirmações têm que ver com o programa Hora Quente: antes, Pedro Nzagi, depois, Cabingano Manuel; Dia-a-dia: antes, Mara Dalva, depois, Dalila Prata; o próprio Tchilar: antes, Benvindo Magalhães, depois, Edvânia Carmo.

Conquanto isto se dê, Já muitos nomes foram por vós lançados ao mundo da televisão, mas a grande maioria destes por formas que o público desconhece, com excepção de Alexandre Dala e Lukênia Gomes que todos vimos no "Eu na Tv". Eles na Tv, ninguém contesta. Esta carta não vem manifestar falta de credibilidade nos nomes citados como substitutos, ainda que temporários, mas impugnar o comportamento que têm tomado face aos candidatos a apresentadores de televisão.

 

Imagino que os vossos escritórios sejam sorrateiros cemitérios dos sonhos, sonhos que até o Presidente da República, Eng° José Eduardo dos Santos, entende não serem proibidos e eu, certo de que não há politiquices nisso, concordo plenamente. Os casting's que aludo já existem há mais de dois anos, creio, mas apurados "nhéte". Assim como é, então? Todos têm sido reprovados? Ou pensam que são pessoas a procurar uma oportunidade para serem famosas e vocês pensam que para tal basta um programa? Estas questões podem ser respondidas numa só: para que servem os casting's?

Com os melhores cumprimentos,
Yosefe Muetunda, estudante universitário.