Lisboa - Nuno Dala, ativista e professor universitário, reivindica acesso às suas contas bancárias, a entrega dos seus pertences e de resultados de exames clínicos. Nesta segunda-feira, decorrem as alegações finais do julgamento dos jovens 15+2.

Fonte: Esquerda

Nuno Álvaro Dala, que entra nesta segunda-feira no 12º dia de greve de fome, é um dos réus do processo 15+2, dos jovens que são acusados da “prática de rebelião” e de “atentado contra o Presidente da República”. O ativista e professor universitário iniciou greve de fome no dia 10 de março de 2016, depois de ter sido de novo preso a 7 de março.


Na passada sexta-feira, 18 de março, Luís Nascimento, advogado de Nuno Dala, disse ao “Rede Angola”, que não prevê cancelar a greve de fome.

 

“Pelo menos ontem disse-me que não havia motivos para cancelar a greve porque o seu problema não foi resolvido. Não consegue obter aquilo que foi apreendido, designadamente um montante de 38.000 Kuanzas”, informou Luís Nascimento, acrescentando que o ativista disse que o Serviço de Investigação Criminal (SIC) devolveu à sua irmã dois cartões multibanco, quando são quatro e nem sequer tem os códigos para levantar dinheiro.

 

“Por isso, pediu à irmã para não mais visitá-lo para evitar gastar dinheiro e energia”, explicou Luís Nascimento, acrescentando que Nuno Dala pretende evitar assim “preocupar a irmã que é o elemento da família mais próximo.”

 

Os advogados de defesa dos ativistas já entregaram vários requerimentos ao juiz, pedindo a devolução dos bens apreendidos aos réus, mas até agora isso não aconteceu.

 

Numa nota assinada no facebook , o ativista M'Banza Hamza refere que se cruzou com Nuno Dala no Hospital Prisão de São Paulo, onde ambos foram fazer exames médicos, e salienta que Nuno está também a protestar “contra aquilo que chamou de 'manobras dilatórias' quanto ao desfecho do caso em que é arguido”.