Luanda - Uma semana depois de os resultados definitivos do Censo 2014 terem revelado que a esperança média de vida em Angola é de 60,29 anos, um estudo norte-americano vem baixar a fasquia, indicando que cada angolano vive em média 55,6 anos.

Fonte: NJ

Centrada na evolução demográfica da população mundial, a análise “An Aging World: 2015”, em tradução livre, “Um Mundo Envelhecido: 2015”, reduz em quase cinco anos a esperança média de vida divulgada pelo Censo Geral da População e da Habitação de Angola.

Segundo o estudo, produzido pelo Gabinete do Censo dos EUA por iniciativa do Instituto Nacional sobre Envelhecimento, também norte-americano, cada angolano vive em média 55,6 anos e não 60,29 anos, conforme indicam os resultados definitivos do Censo 2014.

O desencontro relança a discussão sobre a qualidade das estatísticas africanas.

Aliás, a dificuldade de acesso a informação fidedigna em África, extensiva aos próprios Governos, levou o Banco Mundial a elaborar o Indicador de Capacidade Estatística, instrumento que mede o engenho dos estados para recolher, analisar e divulgar dados sobre as suas populações e economias. O resultado coloca Angola no top 10 dos países estatisticamente menos aptos, conforme o online do Novo Jornal noticiou no mês passado.

69,2 anos de esperança média de vida em 2050

Mais do que se debruçar sobre a realidade actual, “An Aging World: 2015” projecta dados para 2050: nesse ano a esperança média de vida no país será de 69,2 anos, estimam os especialistas.

As previsões demográficas para Angola incidem também sobre os índices de fertilidade, que colocam Luanda na lista dos 10 estados com mais nascimentos por mulher (hoje de 5,4 filhos e em 2050 de 3,5).

A nível global, o documento indica que cada pessoa tem uma esperança média de vida de 68,6 anos, valor que subirá até aos 76,2 anos em 2050.

Os especialistas alertam igualmente para a aceleração que se verifica no envelhecimento da população mundial: em 2050 17% dos habitantes do planeta terão mais de 65 anos, o que representa o dobro da percentagem actual (8,5%).

Ainda de acordo com as projecções do Gabineto do Censo dos EUA, daqui a pouco mais de três décadas os idosos somarão 1,6 mil milhões de pessoas, contra os 617 milhões actuais.