Namibe - O bispo do Namibe, Dom Dionísio Isilenapo, que falava no passado Domingo, 27 de Março de 2016, na homilia que presidiu na paróquia de Santo Adrião, manifestou-se preocupado com as injustiças e perseguições de todos aqueles que fazem o bem.

Fonte: UNITA

Interpretando a situação que levou Jesus Cristo a morte, assegurou que algumas vezes as pessoas mais perseguidas não são aquelas que fazem o mal, mas aquelas que fazem o bem, pelo facto de esse bem constituir ameaça aos interesses das pessoas que detém o monopólio das coisas.

 

"As pessoas mais perseguidas no mundo às vezes não são as que fazem o mal, são as que fazem o bem. Se esse bem aparentemente não responde aos meus interesses pessoais, aos meus cálculos religiosos, aos meus cálculos profissionais, aos meus cálculos políticos, aos meus cálculos de qualquer coisa que fosse, os discurso torna-se perigoso, porque o discurso de Jesus acabou os fariseus, acabou o poder do império romano, Herodes e Pilatos. E, como viram na sexta-feira, o julgamento, o processo que levou Jesus à morte, é paradigma para todos os julgamentos que vemos no mundo. Todo que é injusto, os condenados, os nus, os despidos publicamente, em fim, todos os desguerrados no seu sofrimento, encontram resposta na morte de Jesus o ressuscitado".

 

Na reflexão do bispo, por conta da injustiça da humanidade, muitos que são inocentes sofrem e morrem nas cadeias, enquanto os criminosos desfrutam das benesses dos homens.

 

"Quando Pilatos se dirige ao povo, e diz assim: quereis que vos liberto o vosso rei? Não. Antes que? Barrabás. Quantos assassinos estão nos tronos, bem sentados, passam sobre os tapetes vermelhos, e os inocentes morreram nas cadeias? É o que acontece no mundo".

 

O Bispo Dom Dionísio Isilenapo, recorreu as frases do histórico escritor português, Luís de Camões, para explicar o eventual comportamento de medo que alguns governos têm perante ao seu povo. Para quem este governo é coercivo e ameaça tudo.

 

"É aquilo que dizia o português Luís de Camões: o rei fraco faz fraca a cor de gente. E, o poder quando está em mãos frágeis, trem todo dia. O poder em mãos frágeis treme. Tudo ali é só sofrer. O poder quando está em mãos frágeis está a tremer. Tudo ameaça, tudo põe em causa, é coercivo, tudo se estala. Por isso Jesus sofreu o maior suplício, o mais cruel e terrível suplício. Porque os cidadãos romanos não podiam ser justificados, só os estrangeiros, os seus apátridas".