Luanda - A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição angolana, disse que o pedido de ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI) "reflecte desespero" do Governo.

Fonte: Lusa

O porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, reagiu esta quarta-feira, em declarações à agência Lusa, ao pedido de assistência feito por Angola ao FMI na aplicação de políticas macroeconómicas e reformas estruturais que diversifiquem a economia e respondam às necessidades financeiras.


"Entendemos que há de facto desespero da parte do executivo angolano, que é penalizado pela falta de transparência e pela forma danosa como geriram os dinheiros que pertence a todos nós", disse Alcides Sakala.

 

Segundo o porta-voz da UNITA, do ponto de vista político, o Governo angolano - liderado desde 1975 pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) - perdeu toda a credibilidade a nível interno e internacional.

 

Para o político, esta falta de confiança relativamente às instituições nacionais leva a estas reservas da comunidade internacional, "que agora pensa duas vezes antes de se engajar com o Governo angolano".

 

"A situação que o país está a viver agora resulta da má gestão, porque quando o petróleo estava em alta a UNITA foi fazendo recomendações muito importantes, que não foram acatadas naquela altura", salientou Alcides Sakala.


Recordou ainda que os empréstimos do FMI têm regras, essencialmente a transparência, e o acompanhamento por aquela instituição da gestão desses financiamentos. "Portanto, o futuro vai ser mais difícil, não há confiança e toda esta conjuntura é indiciadora da necessidade de se fazerem mudanças políticas em Angola, na perspectiva da mudança da equipa", destacou Alcides Sakala.