Luanda  - O Governo angolano criou um grupo de trabalho interministerial responsável pelo processo de migração da televisão analógica para digital, que deverá arrancar este ano e que prevê um projeto-piloto inicial.

Fonte: Lusa

A informação consta do despacho conjunto dos ministros das Telecomunicações e das Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha, e da Comunicação Social, José Luís de Matos, de 11 de março e ao qual a Lusa teve hoje acesso, que cria este grupo de trabalho, coordenado por Eduardo Domingo Sebastião, diretor nacional das Telecomunicações.


A criação deste grupo de trabalho é justificada no despacho com a necessidade de fazer um "levantamento das condições técnicas existentes" para estabelecer o programa de que permita iniciar o processo de migração digital.


A Televisão Digital Terrestre (TDT) angolana, de acordo com o plano inicial, deveria chegar a 117 municípios do país até junho de 2017, através de um investimento superior a 386 milhões de dólares (340 milhões de euros), sobretudo para a construção das infraestruturas, segundo números oficiais.


Para a coordenação da implementação da TDT já foi criada a Televisão Digital de Angola (TVDA), entidade pública participada pela Angola Telecom e pela Televisão Pública de Angola, e que integrará uma terceira entidade, ainda desconhecida, na sua gestão.


Quanto ao grupo agora criado terá como responsabilidade fazer uma avaliação do investimento realizado ao abrigo do programa de lançamento do primeiro satélite angolano (Angosat, previsto para 2017) para a TVDA.


Ainda fazer o levantamento das condições existentes na Angola Telecom e na Televisão Pública de Angola "para o estabelecimento de um projeto-piloto" da TDT angolana.
O grupo de trabalho vai ainda definir o programa de ações a desenvolver, neste contexto, já durante o ano de 2016.


A TDT angolana utilizará a norma DVB-T2, uma evolução da atual norma europeia, também utilizada pelos países africanos.


Está prevista igualmente uma verba de 60 milhões de dólares (52 milhões de euros) para o programa de comunicação, que visa informar a população do processo de mudança para o novo sistema.


Neste processo está previsto desde 2014 o subsídio estatal à aquisição de equipamentos descodificadores do sinal digital para televisores analógicos. Contudo, ainda não é conhecido o modelo comercial de exploração, nomeadamente os canais de televisão a disponibilizar na futura plataforma.