Luanda - O Banco Nacional de Angola tem recorrido a ajuda externa para conseguir superar essas adversidades. O administrador do banco, Manuel António, fez acusações ao sistema de ensino angolano.

Fonte: Lusa

A fraca competência é a principal fragilidade dos recursos humanos do Banco Nacional de Angola, que, para superar essas debilidades tem recorrido a profissionais estrangeiros, reconheceu esta segunda-feira em Luanda, um responsável do banco central angolano.

 

A declaração é do administrador do Banco Nacional de Angola para o pelouro dos Recursos Humanos, Manuel António, que falava esta segunda-feira à imprensa, à margem de um seminário subordinado ao tema “Recursos Humanos como Parceiro Comercial Estratégico em Qualquer Organização”.

 

A capital angolana está a acolher, até quarta-feira, este seminário, que decorre no quadro do programa anual de atividade do Instituto de Gestão Macroeconómica e Financeira da África Austral e do Leste (MEFMI).

 

Segundo Manuel António, o Banco Nacional de Angola, com mais de 90 por cento dos seus técnicos formados em universidades angolanas, sofre igualmente o reflexo do fraco sistema de educação do país.

 

“O esforço é a superação complementar com experiências vindas de outros países. No caso do MEFMI, é uma plataforma para a partilha desses conhecimentos. Capacidade é a principal fragilidade das pessoas nos bancos”, disse Manuel António.

 

O responsável respondendo a um apelo do MEFMI para uma maior participação de técnicos angolanos nas ações de formação, justificou a restrição com a barreira linguística.

 

“Estamos a militar numa organização com cerca de 14 países (de expressão inglesa) em que apenas dois são de expressão portuguesa, daí podem imaginar que não teremos população crítica para participar nessas ações”, disse Manuel António.

 

Por outro lado, disse que nem sempre as ações do MEFMI interessam a Angola, que possui acordos com outras instituições de formação, de integração da região, caso do Instituto da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial, além de academias internas, com cursos de iniciativa institucional.

 

Na sua intervenção, o secretário executivo do MEFMI, Caleb Fundanga, sublinhou aos participantes a importância dos Recursos Humanos nas organizações, realçando que uma boa gestão dos recursos humanos propicia o combate à corrupção.

 

De acordo com o responsável, é a partir do recrutamento que se corre o risco de trazer para as organizações pessoas mal cadastradas.

 

Caleb Fundanga frisou ainda que com bons recrutamentos e boa formação o destino das organizações são potenciados, mas geralmente é dada maior atenção às políticas macroeconómicas em detrimento da gestão do pessoal.