Lisboa - À Renascença, o advogado do angolano, de 31 anos, fala de um quadro clínico grave no limite da sobrevivência.

Fonte: Renascenca

O estado de saúde do angolano Nuno Dala, um dos 17 activistas condenados por actos preparatórios de uma rebelião contra o Presidente José Eduardo dos Santos, tem vindo a agravar-se consideravelmente.


Este activista, um professor universitário de 31 anos, está em greve de fome há mais de um mês em protesto contra a alegada apreensão de bens pessoais e dinheiro por parte dos serviços penitenciários, como confirma à Renascença o advogado de Dala, Luís Nascimento.


“Considero um grande desrespeito o facto de as autoridades terem apreendido coisas pessoais e valores monetários. É verdade que não é muito – ele fala em 38 mil kwanzas, cerca de 200 dólares”, diz o advogado, acrescentando ser “ injusto ter sido feito uma série de exames e depois o corpo médico esconder eventuais problemas que ele possa ter”.


Após 32 dias de greve de fome, é notória a degradação do estado de saúde de Nuno Dala. Luís Nascimento fala de um quadro clínico grave no limite da sobrevivência. “O estado dele é mau. Ele está muito magro e os médicos dizem que depois desse tempo todo pode ter lesões irreversíveis.”


O Tribunal de Luanda condenou a penas entre dois anos e três meses e oito anos e seis meses de prisão efectiva os 17 activistas angolanos julgados por co-autoria de actos preparatórios para uma rebelião. Foram igualmente condenados por associação criminosa.


No caso do 'rapper' luso-angolano Luaty Beirão, que chegou a fazer greve de fome contra este processo, a pena, em cúmulo jurídico também por falsificação de documentos, foi de cinco anos e seis meses de cadeia. O Ministério Público angolano deixou cair a acusação de que estariam a preparar um atentado contra o Presidente, mas classifica-os como um "conjunto de malfeitores".