Luanda - A morte do militar e rapper, Malelo Twa Kibonzo, de 37 anos, está envolta em mistério: depois de alguns dias desaparecido, o luandense foi encontrado morto, com um tiro na cabeça e seis no abdómen, segundo relatou ao Novo Jornal uma fonte familiar.

*Isabel João
Fonte: NJ

Até ao momento, o Comando Provincial da Polícia de Luanda não sabe do paradeiro dos elementos que assassinaram o efectivo das Forças Armadas Angolanas (FAA) e também rapper, Malelo Twa Kibonzo, 37 anos, que fazia parte do grupo Grito da Buala. O crime aconteceu em Viana.

 

Uma fonte familiar, que não se quis identificar, disse que Malelo Kibonzo saiu de casa no dia 29 de Março, por volta das 10h, dizendo apenas à mulher que regressaria de seguida.

 

“Nunca mais apareceu. Foi aí que a família começou a procurá-lo e, passados alguns dias, encontrámos o corpo na morgue: com um tiro na cabeça e seis no abdómen, apresentando sinais de tortura”, explicou o familiar.

 

Segundo um amigo da vítima, o jovem terá sido raptado por elementos estranhos na zona do Zango 3, junto às casas laranjinhas, na rua 8, e foi encontrado pela polícia na Zona Verde do bairro Benfica.

 

“Até agora não estamos a entender o que se passou. Pelo que sabemos, ele não tinha problemas com ninguém. E mesmo que tivesse não se matam as pessoas assim. A vida deixou de ter valor neste país porque nada justifica esta barbaridade dos crimes que estão a ser cometidos nos últimos tempos”, deplorou.

 

O mesmo amigo disse ainda que Malelo teria ido visita um amigo no Zango 3, que também está desaparecido desde o mesmo dia. “Os dois eram amigos de infância. Vivíamos todos aqui no Sambizanga, ele foi visitar o amigo e nem a família do outro sabe explicar o sucedido”, explica o jovem, que espera a polícia trabalhe no caso e “mostre os assassinos, porque as pessoas não podem desaparecer e dias depois aparecer mortas”.

 

De acordo com a fonte, as FAA já endereçaram um documento à divisão da polícia de Viana, chefiada por Francisco Notícia, para obter esclarecimentos sobre o assunto.

 

O funeral de Malelo aconteceu na passada quinta-feira, no cemitério da Mulemba, tendo estado presentes amigos do movimento hip hop e colegas da FAA, todos pediam Justiça.

 

Algo que deixou os familiares, amigos e colegas preocupados durante o velório foi a presença de muitos efectivos da polícia no local e dos efectivos dos serviços de investigação provincial de Luanda.

 

O Novo Jornal contactou a chefe do gabinete de comunicação do Comando Provincial de Luanda, Engrácia Costa, que garantiu que a polícia de investigação criminal de Luanda está a trabalhar no caso, não adiantando mais dados “para não atrapalhar as investigações que estão em curso”.