Luanda - Os activistas condenados no processo dos “15+2” estão submetidos a condições desumanas na Comarca de Viana, segundo apurou a Despertar de fonte segura.

Fonte: Rádio Despertar

De acordo com dados avançados a Rádio Despertar, os activistas condenados pelo Tribunal Provincial de Luanda foram transferidos para a Cadeia de Viana com a garantia de melhores condições de acomodação, o que segundo a nossa fonte, não passou de um ledo engano das autoridades carcerárias.


A fonte da Despertar revela que os jovens condenados pelo Juiz Januário José Domingos no crime de actos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores, estão distribuídos em diversas celas com indivíduos altamente perigosos e acrescenta que estão aglomerados mais de quarenta e cinco presos num único espaço em espécie de contentores, sem janelas e ventiladores.

A superlotação é de tal maneira que, de acordo ainda com a fonte a que referenciamos, os reclusos são obrigados a socorrem-se de utensílios de cozinha como, pratos e tampas de panelas que servem de abanos para aliviar o calor que se faz sentir dia e noite na estrutura improvisada.


A fonte descreve que a situação dos condenados é brutal, dramática e desumana. Os reclusos enfrentam diariamente o cheiro nauseabundo da casa de banho onde é igualmente lavada a loiça.


A revelação sustenta que os reclusos têm direito apenas de dois litros de água por dia que servem simultaneamente para matar a sede, tomar banho e usar na sanita em caso de necessidades maiores ou menores.


A fonte que temos vindo a citar, disse ainda que os activistas estão colocados em celas juntamente com assassinos e violadores, facto que segundo sublinhou, contraria a Lei do Sistema Prisional que estabelece o Principio de Comparticipação que determina que os presos são colocados de acordo a natureza do crime.


Falando a Rádio Despertar a mãe de Osvaldo Caholo, Isabel Correira confirma as denúncias e diz tratar-se de uma autêntica violação dos direitos humanos. “Não existem direitos humanos em Angola”, disse acrescentando que “onde está o Ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, que fala tanto destes direitos?. Onde estão os nossos filhos em lugar que cheira mal e não tem as mínimas condições humanas”.


Isabel Correia, progenitora de Caholo que cumpre uma pena de quatro anos e seis meses de cadeia afirma que na Comarca de Viana, os assassinos de Alves Kamulingue e Isaías Cassule gozam de melhores condições de acomodação e responsabiliza o partido no poder pela situação desastrosa das cadeias.


Esperança Gonga, esposa do jornalista Domingos da Cruz condenado a uma pena de oito anos e seis meses de prisão efectiva, frisa que “os reclusos estão colocados num armazém em condições desumanas como que de animais se tratassem em número de mais de quarenta outros reclusos, alguns dos quais altamente perigosos entre assassinos e violadores”. Aquilo não tem condições nenhumas. A esposa de Domingos da Cruz diz também que as famílias são proibidas de levar água que não seja comprada dentro do estabelecimento prisional e refere que o seu esposo estava melhor na Penitenciária de Kaquila.