Luanda - A Comarca de Viana onde estão encarcerados os activistas condenados recentemente pelo Tribunal Provincial de Luanda no processo dos “15+2” registou no último fim-de-semana um turbilhão numa das selas do Bloco/B-1 causando ferimentos graves a sete reclusos.

Fonte: Rádio Despertar

Segundo apurou a Despertar, um dos reclusos identificado por Adão António também conhecido por “ Big Cara Bom” supostamente dos HDA, um dos considerados grupos mais temidos pôs fogo na cela solitária em que se encontrava em processo disciplinar submetido pela direcção da Cadeia de Viana. O recluso, um homem de rosto intimidador, ficou numa solitária durante 25 dias contrariando o regulamento prisional interno que estabelece 21 dias em isolamento como castigo.


Entretanto, a fonte desta rádio explicou que, como forma de protesto “Big Cara Bom” que não julga por medidas fáceis quando insatisfeito, decidiu atear fogo num pedaço de colchão para forçar a sua retirada do pequeno espaço de metro quadrado onde se encontrava a cumprir o isolamento com mais seis elementos.


A rádio despertar sabe que, o incidente suicida deixou queimaduras graves ao autor do fogo posto e demais reclusos que foram assistidos na enfermaria da prisão. A cela em que se encontram quatro réus do processo “15+2” também ficou afectada.


A fonte que detalhou o caso a Rádio Despertar denunciou por outro lado que, enquanto as chamas deflagravam a sela de isolamento com o perigo de morte aos reclusos, a Directora da Cadeia de Viana, Alice Maria, terá assistido a bel-prazer como que de um filme se tratasse.


Como se não bastasse, relata a nossa fonte, Alice Maria pegou no seu telefone celular e ficou apenas a filmar o cenário sem no entanto ordenar uma intervenção urgente que visasse a extinção do fogo na sela isolada onde estavam seis reclusos em castigo.


A fonte explica que, temendo estas e outras situações que perigam as suas vidas, quatro dos 17 reclusos do conhecido processo dos “15+2” entre eles o jornalista Domingos da Cruz, decidiram escrever uma carta à Direcção Nacional dos Serviços Penitenciários, pedindo deste modo o regresso às Cadeias de Kaquila, Caboxa e Calomboloca.


O pedido foi aceite pelo Director Nacional, tendo Domingos da Cruz, Sedrick de Carvalho, José Gomes Hata e Osvaldo Caholo levados de volta na manhã de quarta-feira, 20/04, às Penitenciária de Kaquila, Caboxa e Calomboloca. A Despertar contactou o porta-voz dos Serviços Prisionais, Menezes Cassoma, que prometeu se pronunciar nos próximos momentos.

Lembro-lhe que os activistas condenados pelo Juiz Januário José Domingos, foram transferidos para a Comarca de Viana com a garantia de melhores condições de acomodação, mas segundo os familiares, a realidade demonstra o contrário.