Lisboa - A embaixada de Angola anunciou hoje que foi com "perplexidade" que acolheu as declarações que dão conta que a ajuda externa a Angola ia ser canalizada para pagar os salários em atraso no setor da construção civil.

Fonte: Lusa

"Foi com perplexidade que acompanhámos as declarações à comunicação social do senhor Albano Ribeiro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Portugal, à saída da audiência que lhe foi concedida pelo Embaixador da República de Angola em Portugal, José Marcos Barrica, segundo as quais o embaixador garantiu que a ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) vai servir para pagar salários na construção civil, e que a questão dos salários dos expatriados ficará tudo resolvido até ao próximo mês de junho do corrente", diz a embaixada.

 

Numa nota de imprensa divulgada hoje ao princípio da tarde, a embaixada confirma o encontro de 30 minutos na quinta-feira de manhã, mas sublinha que o embaixador "não pode deixar de distanciar-se das afirmações perentórias do senhor Albano Ribeiro, sobre uma hipotética garantia" de que a ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional vá servir para pagar os salários atrasados na construção civil.

 

"O Embaixador informou ainda que os eventuais recursos financeiros provenientes dessas fontes visam fundamentalmente apoiar o processo de reformas que o país tem vindo a realizar, no domínio da estabilidade macroeconómica e da diversificação da sua economia", acrescenta a nota enviada à Lusa.

 

Na quinta-feira, Albano Ribeiro tinha afirmado aos jornalistas, no final da reunião com o embaixador angolano em Lisboa, que Marcos Barrica tinha prometido "prioridade" ao setor quando Angola receber verbas do FMI.

 

"O embaixador disse-nos que vai fazer todos os esforços para que no próximo semestre possa haver, através das verbas do FMI, uma atenção especial a este problema; quanto mais depressa chegar o dinheiro, mais depressa o problema pode ser resolvido", disse Albano Ribeiro, no final de uma reunião com o embaixador de Angola em Portugal.

 

Nas declarações aos jornalistas em Lisboa, o representante dos trabalhadores da construção civil vincou que o embaixador Marcos Barrica disse que "estão a procurar resolver esta parte do problema, que é a falta de divisas, e vão dar uma grande atenção ao setor da construção, porque há obras paradas e o setor é muito importante para Angola".