Luanda - Com bastante tristeza temos acompanhado algumas noticias, e criticas que têm vindo a público pelas redes sociais sobre alguma “podridão” que infelizmente graça por algumas das nossa Embaixadas e Consulados Gerais e, particularmente sobre os imensos abusos de poder que certos gestores desses órgãos diplomáticos e consulares teimosamente continuam a desenvolver sob o conhecimento impávido e impotente da direcção do Ministério das Relações Exteriores que não toma ou não consegue tomar medidas disciplinares e outras sobre os mesmos., infelizmente.

Fonte: Club-k.net

Julgamos que em alguns casos o nosso Ministro Chicoti, excelente e capacitado diplomata, não consegue e/ou tem receio de tomar as medidas que se impõem porque certos gestores desses órgãos diplomáticos e consulares se resguardam da protecção que suportam sobretudo do chefe de estado, da primeira dama, enfim, da família presidencial. Estamos ao corrente disso também, mas o Ministro Chicoti não pode nem deve continuar agindo dessa forma, sob pena de tudo isso lhe vir a recair nos ombros, alias, como até já está.


Tem que se denunciar sim aqueles que julgam que as embaixadas e consulados gerais são suas propriedades privadas e que fazem desses orgãos o que querem, como querem, quando querem, com quem querem sem ética absolutamente nenhuma, etc, - uns até têm o descaramento e a pouca vergonha de dizer alto e bom som que são “soberanos” - e acabar com os escândalos que vão fazendo, com as suas prepotências, faltas de respeito, faltas de educação, petulância, arrogância, desorganização, desconsideração para com os diplomatas que são destacados para lá, etc, etc.

 

A Direcção do Ministério, particularmente o Ministro Chicoti e o Secretário Geral, Senhor Beni, estão ao corrente de muitos e imensos erros e graves que esses gestores têm estado a cometer, mas infelizmente ninguém toma peito a isso nem os sancionam, pelo menos administrativamente, que é no minimo o que se torna necessário e urgente fazer-se para que se ponha um bocado mais de ordem, respeito e disciplina nesses orgãos diplomáticos e consulares.

 

Para dar pequenos exemplos dessa falta de punho sobretudo no que diz respeito á organização, disciplina e respeito requeridos, perguntamos por exemplo como é possível o Ministro exonerar e transferir certos funcionários e esses seus Despachos não serem cumpridos como está a acontecer com a Consul Geral em Lisboa, a colega Xila, como aconteceu com o Espirito Santo que foi nomeado para Consul Geral para o Rio de Janeiro e estando já a embarcar para aquele posto consular foi informado á última hora que por “ordens superiores” já não podia seguir e em consequência disso o Ministro foi obrigado/forçado a nomear para lá o Rosário de Ceita (infelizmente familiar da Primeira Dama) um colega que para além de aqui no Ministério todos nós sabermos que é um incompetente, está por lá a fazer das suas sem dó nem piedade, etc, etc. !

 

Por exemplo, contra todas as normas, e ética profissional, ele tem mandado em missão de serviço aqui a Luanda trabalhadores de recrutamento local, entre angolanos e brasileiras, mas que no fundo são portadores de avultadas somas de dinheiro, como aconteceu muito recentemente com um desses “seus trabalhadores” – Adilson Pinheiro, seu “secretário particular para todas as tarefas”, que foi retido no aeroporto do Rio de Janeiro com quarenta mil dolares e que foi graças a um Primeiro Secretário de nome Nelo (por esse nome não nos parece que seja dos nossos Quadros, deve ser mais um dos intrusos aqui no Ministério, mas que está destacado lá no Consulado no Rio) que teve que intervir junto da Policia Federal para evitar que o tal trabalhador Adilson fosse detido ! Colegas, digam com honestidade como isso é possível, ou seja, como é que um simples trabalhador de recrutamento local tem esse dinheiro todo ? É lógico que esse valor só pode ser pertença do seu “patrão”. Quer se queira, quer não, nós aqui vimos a saber de tudo, tudo mesmo.

 

Como é possível colegas que já foram exonerados e outros transferidos alguns á mais de um ano, não terem ainda dado cumprimento dos Despachos do Sr. Ministro, como acontece por exemplo, com colegas que se encontram na Namibia, em Abu Dahbi, no México, na China, em Lisboa, em Brasilia, e mesmo aqui em Luanda no Ministério, enfim, por outros países ? A desculpa agora é sempre a mesma : falta de meios financeiros por causa da crise económica e financeira que o país atravessa !!! Como é possível algumas das nossas embaixadas e consulados gerais, ou mais propriamente os seus gestores, admitirem uma imensidão de trabalhadores de recrutamento local e alguns deles com salários bastante elevados como por exemplo acontece em Bruxelas onde a Embaixadora Elisabeth Simbrão admitiu a sua própria filha como assessora com um salário elevado e que mesmo assim dificilmente a mesma não coloca os pés na chancelaria ? Como é possível – até parece que está na moda, os nossos embaixadores e cônsules gerais proporem Adidos Administrativos, seus familiares directos, e estes terem mais responsabilidades que Diplomatas com categorias de Ministros Conselheiros, Conselheiros, e Primeiros Secretários, como por exemplo acontece nas nossas embaixadas no Brasil, no México, no Canadá, nos EUA, como é possível o Ministro ter nomeado o seu irmão para Cônsul Geral no Rundu (onde o mesmo já era Vice Consul) e posteriormente por “ordens superiores” lhe ter sido orientado a anular essa nomeação, apenas para citarmos estes casos !

 

É claro que contra aqueles colegas que dizem e escrevem nas redes sociais que este tipo de informações, de reclamacões, de lamentações, etc devem ser tratados em espaço próprio aqui no Ministério, alguns de nós somos obrigados a optar actuar desta forma, uma vez que assistimos a questões tão perplexas e sem o tratamento imediato e mais adequado, talvez por questões do deixa andar, que nos vimos obrigados a denunciar muitas das asneiras e escandalos que alguns dos nossos Embaixadores e Consules Gerais vão cometendo sem que nínguem lhes diga nada e sem que nada lhes aconteça.

 

Por isso, sobretudo contra os colegas que também dizem pelas redes sociais que não devemos trazer estes assuntos para a praça pública, ou mais própriamente para as redes sociais, aqui lhes deixamos mais este, talvez até para nossa reflexão e dizer-lhes que se se encontram bem acomodados aqui no Ministério, que tenham vergonha e que também tenham a coragem de denunciar a desorganização em que afinal todos nós nos encontramos pelo nosso Ministério ... O nosso Ministro, pessoa extremamente afável e diplomata fino, tem que ter mais e maior firmeza nos destinos ou na gestão do nosso Ministério. Não pode continuar deixar-se ser desrespeitado por alguns desses maus/péssimos gestores que no fundo só nos trazem deste tipo de vergonhas que por exemplo aqui relatamos apenas algumas ...