Luanda - Cidadãos elegem Ministério do Interior Como Mais Corrupto do País, a revelação consta de um relatório publicado segunda-feira 25/04/16, pelo Centro de Integridade Pública de Angola.

Fonte: O Crime

O documento, com mais de 15 páginas, a que “O Crime” teve acesso, elege o pelouro de Ângelo de Barros Veiga Tavares como o mais corrupto entre os trinta e cinco ministérios que compõem o Executivo Angolano desde 1 de Outubro de 2012, resultante das eleições gerais de 31 de Agosto do mesmo ano.


Segundo o documento, foram cerca de 98 pessoas inquiridas em cinco províncias, nomeadamente, Huambo, Malange, Kwanza-Norte, Bengo e Luanda, distribuídos em 18 províncias, por cada província, tendo sido homens e mulheres, com idade compreendidas entre 23 à 45 anos de idade num período de três meses, assim como oito personalidades ligadas ao sistema governativo angolano.

Para maioria dos entrevistados a corrupção no Ministério do Interior estratifica-se em: 1.º Polícias, 2.º Serviços de Migração Estrangeiro, 3.º Serviços de Investigação Criminal e 4.º Policia Económica, com um total de 37 votos: “Não quero saber de papel nenhum. Putos, aqui alguém pediu documento? Vão se organizar”, diz um agente da ordem pública da Esquadra 43.ª em Viana que dirigia uma operação de recolha de motorizadas, vulgo “Kupapatas”, orientando um dos entrevistados a recolher dinheiro para soltar as cerca de trinta motorizadas retidas numa operação.


Um outro agente da Polícia chegou mesmo a denunciar que: “Uma parte vai para unidade, por ordem do comandante”.

O estudo cita mais de 12 controlos policiais institucionalizados na via Luanda, Malange que dentre outras finalidades recolhem “dinheiro” para sustentar as unidades da polícia naquelas zonas.


Já o Ministério da Justiça e Direitos Humanos assim como o da Educação registaram um impacte técnico com vinte votos cada. Segundo os inquiridos a corrupção na educação está em três períodos principais: “1.º Quando há concursos públicos para professores e, ou funcionários administrativos, 2.º fim do ano alunos pagam para aprovar e 3.º: No início do ano lectivo tem de se pagar para poder estudar”, cita o relatório.

Por seu turno, o Ministério da Justiça e Direitos Humanos é por via de um sistema burocrático implantado pelos serviços administrativos para impossibilitar tratar documento por via legal: “sempre que vais tratar um registo criminal ou um B.I. os funcionários procuram criar dificuldades para te cansares e procurares pagar aos miúdos que eles próprios colocam aí fora” diz o relatório que vimos citando.


O Centro de Integridade Pública já desenvolveu outros estudos no país, tal como: “Rádios que não tocam online”, “Presidentes que não atendem telefonemas de pacatos cidadãos”, “deputados que não pagam motoristas” e muitos outros.


Em Setembro 2014, a Rádio Ecclésia era a melhor que explorava novas tecnologias para divulgar conteúdos informativos. Hoje vários outros órgãos investem nesta área. Duas emissoras em Luanda ocupavam lugares cimeiros nas transmissões online, via Internet, acompanhando assim a evolução do Mundo moderno no que diz respeito ao uso das novas Tecnologias de Informação e de Comunicação. Ecclésia e Despertar.

Angola: Quando o telefone toca os dirigentes não atendem. Outro estudo que os líderes angolanos que atendem diziam que a maior parte das chamadas é de pessoas a pedirem dinheiro. O Presidente de Angola e dirigentes de dois dos principais partidos do país, UNITA e FNLA, são impossíveis de os contactar pelos cidadãos, revelava um estudo deste Centro.

Um outro estudo realizado por aquele Centro de Integridade Pública (CIP) revelava que os deputados da Assembleia Nacional apropriavam-se indevidamente dos Kz 134 mil atribuídos pelo Estado para o pagamento de salários dos motoristas que transportam os parlamentares.

“Uma parte vai para unidade, por ordem do comandante”, é o título atribuído ao actual relatório com mais de 15 páginas, uma frase retirada de um agente da polícia na via Luanda Malange por onde efectuou-se o trabalho de pesquisa, quando respondia a uma conversa entre o automobilista e o agente da autoridade.

O trabalho sugere  pontos de vista para o combate a corrupção como mal que afecta todas as áreas da vida sócio-política e económica dos angolanos, tal como: no acesso à energia eléctrica, educação, saúde que geram riscos para um futuro melhor aos angolanos.


Os ministérios da Saúde e Finanças são outros indicados como alvos de corrupção sistemática em Angola.