Luanda - Os trabalhadores da Empresa Distribuidora de Produtos Perecíveis de Angola, Frescangol estão em greve pelo 14.º dia, devido a quase um ano de salários em atraso, reclamação sobre a qual a entidade patronal ainda não se pronunciou oficialmente.

Fonte: RA
Em declarações à imprensa, uma das representantes da comissão sindical, Domingas Delgado, confirmou que além dos salários em atraso, desde Junho de 2015, a empresa está em falta com algumas regalias sociais, e até ao momento não obtiveram nenhuma resposta de concreto nem da direcção, nem do Ministério da Agricultura.

“Tivemos um encontro com o secretário de Estado do Ministério da Agricultura que apenas nos mandou aguardar. Até ao momento, não temos nenhuma data precisa do pagamento dos salários, nem uma resposta de concreto”, explicou Domingas Delgado.

De acordo com a responsável, a greve abrange todos os funcionários com excepção de alguns sectores que funcionam em regime de piquete, como as áreas de manutenção e de entreposto frigorífico. A paralisação foi dada a conhecer às entidades de direito, explicou Domingas Delgado, entre elas o Ministério da Administração Pública Trabalho e Segurança Social.

Entre as várias exigências constam ainda os depósitos junto do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), facto que faz com que os funcionários mais antigos temam pela sua aposentadoria, conforme denuncia António Andrade, há 32 anos na Frescangol.

“Estamos em greve por vários motivos. Tememos ainda pela nossa aposentadoria. Existem colegas que já estão aposentados mas não conseguem levantar o seu dinheiro porque os valores não chegam à Caixa Social”, reclama António Andrade.

A nossa reportagem tentou, em vão, contactar a direcção da Frescangol mas, segundo os funcionários, os responsáveis não se fazem presentes na empresa há alguns dias. A Frescangol, empresa pública, funciona desde 18 Setembro de 1984 e possui o maior entreposto frigorífico do país.