Luanda - Nos serviços prisionais, precisamente no DESP- Destacamento Especial de Segurança Prisional, verifica-se um forte ambiente de tensão. Cerca de 100 efetivos estão numa lista produzida por um Superintendente Chefe conhecido como Maníco, para transferência de Luanda à outras províncias sem consulta prévia nem avaliação de condições pessoais para transferência. Diz-se que os mesmos seguirão para Malange e Benguela, quer queiram quer não.

Fonte: Central Angola

Na base desta medida, está o facto de Maníco notar nos 100 alguma resistência às suas ordens.

 

Manico é um antigo membro da polícia de intervenção rápida, que foi levado aos serviços prisionais precisamente no DESP, por Ferreira de Andrade, comissário que já liderou os serviços prisionais mas encontra-se agora como comandante na província do Cuando Cubango.


Segundo o que se diz, Maníco usa de arbitrariedades para controlar os efetivos do DESP. Tendo sido já afastado uma vez da polícia por ter mandado efetivos da polícia em Benguela, fazer trabalhos baixos como lavar dentes de bois e de porcos.

Actualmente, como líder do DESP em Luanda, tem estado na origem de ordens desumanas que muitas vezes os efetivos rejeitam executar. Resultando assim no ambiente áspero que citamos acima.


Diz-se também, que com o objetivo de cimentar o controle sobre a tropa, Maníco introduziu um filho seu que promove desrespeitando as regras dos serviços prisionais. O mesmo é agente de terceira, mas por influência do pai ostenta constantemente o braçal de OSA (Oficial Superior de Assistência) algo que, como a própria designação mesmo diz, é apenas reservado a oficiais superiores.

Entre os feitos do filho, há relatos de sessões de humilhação a colegas, chegando a dar na cara até a alguns sargentos.

Para além das transferências forcadas e arbitrárias que começaram ontem (11.05.2016), há ainda queixas de descontos de salários sem fundamentos, atraso nas transferências solicitadas por efetivos provenientes da polícia de ordem púbica formandos na escola nacional de polícia, proteção e intervenção, e de outras áreas do comando geral, cujo tempo de serviço nos Serviços prisionais chegou já ao fim, mas que por ordem de Maníco tais transferências a muito não são efectivadas.

Os 100 efetivos oriundos do décimo curso de polícia de ordem pública Kikuxi 2010, que estão a ser forçados a ir trabalhar noutras províncias, dizem em murmúrios que não têm condições de trabalhar longe das suas famílias, e de abandonar os estudos já que muitos deles são ainda estudantes.


Dizem também, que só estão a ser forçados porque não aceitam cumprir as ordens de Maníco, que normalmente visam maltratar os reclusos, e que para além dos descontos também contestam o facto de que algumas vezes são encarceradas nas unidades da polícia militar justamente por não cumprirem ordens de aplicar maus-tratos.

Estes 100 efetivos são de um grupo de 200 e separados de forma hostil, por menos simpatizar com as ordens e formas de atuação do citado chefe.

Os mesmos veem na base da impunidade de Maníco, o facto de ser amigo pessoal do Dr. Fortunato o director geral dos Serviços Prisionais.

Como solução e forma de amenizar o ambiente antes que deteriore ainda mais, pedem o afastamento de Maníco da direção do DESP, ou o regresso a outras áreas do comando geral de acordo às suas especialidades e aptidões.

Pedem a intervenção do comandante geral ou do ministro do interior para que se resolva a situação.