Luanda - O governador de Luanda, Higino Carneiro disse ontem que as reclamações sobre a degradação da rede rodoviária do país, apresentadas recentemente pelo presidente da bancada parlamentar da UNITA, Adalberto da Costa Júnior não têm fundamentos.

Fonte: RA

O deputado da segunda força política do país tinha afirmado que a durabilidade das estradas nacionais não condiz com os investimentos feitos e apelou a outros países para que tenham mais cuidado ao disponibilizar verbas para Angola, porque “invariavelmente” são desviadas para alimentar a corrupção.


Em entrevista à Rádio Nacional de Angola, o governador de Luanda, que exerceu o cargo de ministro das Obras Públicas e Urbanismo no período mencionado por Adalberto da Costa Júnior, além de desvalorizar as queixas, sublinhou que o responsável da UNITA “tem muito pouco a falar sobre Angola”.

 

“Adalberto viveu no estrangeiro, fugiu daqui de Angola há muitos anos. Aliás, o encontrei pela primeira vez na Itália onde fui solicitar um financiamento no parlamento italiano para digitalização das telecomunicações do Kwanza Sul. E ele estava lá a procurar impedir este desenvolvimento.

 

Portanto, ele tem muito pouco a falar sobre Angola, ele não sabe quanto custa um quilómetro de estrada. Dois quilómetros de estrada variam de USD 500 a 800 mil e na Europa, onde ele viveu, custa EUR 5 milhões o quilómetro”, disse o governador.


Higino Carneiro referiu que se o governo praticasse aquilo que realmente são os custos reais para fazer obras de grande envergadura e de maior durabilidade, “o país não teria orçamento para suportar os custos. Temos de trabalhar no limite daquilo que queremos.”


“No período colonial, as estradas tinha a capacidade para suportar apenas sete a nove toneladas. Os camiões que hoje andam nas nossas estradas andam com esta tonelagem? Andam com mais de 120 toneladas”, explica.


“Dando o exemplo da estrada da Samba, aqui em Luanda. Quando se fez o estudo, calculou-se que passariam 50 mil viaturas por dia e hoje passam mais de um milhão de viaturas”, acrescentou.


Para o o governante, as denúncias e as reclamações da UNITA servem apenas o propósito de propaganda eleitoral.