Luanda - O repórter angolano Coque Mukuta, que foi detido nesta terça-feira por agentes da polícia na Viana, foi posto em liberdade ao meio da noite, fez saber, através duma nota de esclarecimento distribuída hoje pela manhã.

Fonte: MISA-Angola

O também correspondente da VOA, presenciava no Zango I o espancamento por agentes da polícia, dum idoso antigo-combatente, quando foi interpelado, sob acusação de que estava a gravar, para reportar. Coque Mukuta foi detido por volta das 12:00 horas e transportado de seguida para uma esquadra no mesmo município, antes de ser transferido para a unidade operativa central de Luanda.

 

“Foi uma simples retenção, para averiguação” disse hoje o inspector-chefe, Mateus Rodrigues, por nós interpelado ao telefone.

 

Segundo a nota que fez distribuir, chegou a permanecer numa cela solitária e foi alvo de pressão psicológica. “O senhor é um vende pátria” diziam os agentes, alusão ao facto de apresentar-se como jornalista e correspondente dum órgão estrangeiro.

 

“O Coque não tem amigos” disse Notícias, um agente notabilizado pelo seu envolvimento em refregas públicas, principalmente contra manifestantes. O jornalista, foi solto às 21 horas, sob instruções do comandante provincial de Luanda da polícia, o Comissário-chefe, António Maria Sita e recambiado à unidade da Viana, depois da minuciosa inspecção ao material de reportagem, entretanto devolvido, com os ficheiros pessoais todos eliminados.

 

 

À pergunta, como é possível reter um repórter durante o dia inteiro(?) para uma “averiguação”, o porta-voz disse que a percepção do agente que o deteve pode ter sido diferente no terreno, em face dos comportamentos evidenciados. O telefone desligou-se, quando persistia a pergunta, do porquê da detenção de repórteres, recorrente nos casos em que agentes da polícia são encontrados em flagrante violação de direitos.