Luanda – Muitos membros do MPLA da província do Zaire me pedem para abandonar a política e dedicar-me exclusivamente a cultura. De igual modo, um antigo membro do Comité Central do referido partido, MPLA, e governador provincial pede-me insistentemente para inclinar-me só a cultura.

Fonte: Club-k.net
E tantos outros me pedem o mesmo. Dou-lhes razão, pois penso que eles me conhecem minimamente. Só que eles devem desconhecer o significado e o alcance de uma cultura.

Uma cultura pura e dura. Pois, um homem de cultura e amigo da razão e não de pessoa "NKUNDI A DIAMBU, ..." segundo a sabedoria Kikongo. Um Mpovi (em Kikongo), griot, jurista, não procura agradar ninguém, so defende a razão e fala a verdade; fique mal quem ficar.

Por exemplo, uma cultura defende a pureza de uma identidade de um povo. Pureza de origem, de nomes, de línguas, de usos e costumes, etc. Num clã, e preciso identificar bem a origem do seu chefe. Chefe de clã, da aldeia, da região, etc.

Mesmo num casamento costumeiro, os pais e anciões da comunidade questionam e buscam conhecer as origens profundas dos pretendentes. Não se casa uma filha a um desconhecido. Um desconhecido e considerado Mfumbi-a-Nkenge, fantasma ou intruso.

Neste caso, quais são as origens dos actuais governantes e lideres políticos, mesmo os da oposição, e mesmo religiosos de Angola? Quais são as suas línguas e seus usos e costumes? Que línguas falam e quais sao os seus usos e costumes, as suas tradições? O actual Presidente de Angola, sua esposa e seus ascendentes são de que origens?

Também a cultura e complexa. Ela não se define com o Carnaval que não existe nas tradições bantu; uma palavra que não se traduz em línguas bantu. Por ignorância das culturas bantu, um simples provérbio kikongo de MAKATA MA NKOMBO, esta a ser mal interpretado; a ponto de alguns a acusar-me de traição.

Eu trai quem e como? Eu sou independente, apenas milito pela cidadania, não pertenço a nenhuma formação política.

A visibilidade, a liderança e a audiência de uma pessoa são inatas. Não se improvisa um líder.
E o existencialismo de Nietsche: "A essência antecede a existência".

Leonel Messi não e famoso e visível só por jogar em Barcelona; os outros colegas dele da mesma equipa não os são porque? Este provérbio abrange todos nos e não ataca seletivamente ninguém, apenas alerta os Angolanos sobre um acontecimento real.

Mesmo o MPLA assaltou o poder (makata ma nkombo) em 1975, violando os Acordos de Alvor com a ajuda dos ascendentes dos líderes deste partido. E continua a assaltar o poder com as simulações eleitorais, aproveitando-se da passividade, dispersão e divisões dos opositores políticos e lideres de opiniões.

O MPLA joga com as idades e estados de saúde dos lideres da oposição política, da sociedade civil verdadeira e religiosos capazes de operarem uma mudança de regime em Angola.
Se e verdade que a mudança de regime e inevitável, mas que mudança e com quem?

Muitos de defensores de uma verdadeira independência, democracia e o respeito das liberdades fundamentais em Angola, já morreram e os sobreviventes envelhecem, caducam e adoecem.

Os descendentes, filhos, netos e bisnetos, desconhecem a realidade de Angola. São presas que convivem, comem, dançam e dormem juntos com predadores. Eles esquecem que comer com um diabo, deve munir-se de um longo garfo! Só sabem que o fulano e Angolano, porque nasceu em Angola.

Com os nossos descendentes, a mudança em Angola será falsa, sem as correcções desejáveis. O provérbio de testículos de cabrito aconselha para se corrigir a forma de luta política.

Quer-se uma reconciliação nacional, em vez de uma clemência e integração, como o MPLA impõe. Uma Comissão Nacional Eleitoral (CNE) verdadeiramente independente e não uma Comissão Interministerial para o Processo Eleitoral (CIPE) do MPLA, etc. Este provérbio (de Makata ma Nkombo) vale para todas as promessas cuja realização e de realização dificílima.

Diante de uma situação ou para analisar e comentar bem um texto, leia-o profunda e calmamente e reflita bem antes de reagir. Abandonem o fanatismo. O FANATISMO e a perca de raciocínio. Um fanático não reflecte, age e responde com parcialidade e emoção.
A crítica constrói e a bajulação destrói!