Luanda - A crise em Angola provocou uma quebra de 91,2% na importação de viaturas nos primeiros três meses de 2016, comparativamente ao mesmo período do ano anterior, chegando ao país, em média, apenas 23 viaturas por dia.

Fonte: Lusa

De acordo com dados do Conselho Nacional de Carregadores (CNC) - instituto público tutelado pelo Ministério dos Transportes e que coordena as operações de comércio e transporte marítimo internacionais -, nos primeiros três meses do ano foram importadas apenas 2.059 viaturas, contra as 23.615 unidades registadas em igual período de 2015 (262 por dia).

O relatório do CNC sobre as importações do primeiro trimestre, conhecido hoje, aponta que a generalidade das viaturas entrou por Luanda e que em três meses chegaram ao porto do Lobito apenas 25 carros e ao porto de Cabinda 13.

Em todo o ano de 2015 a importação de veículos já tinha caído 70,8%, face ao ano anterior, com a entrada de 39.026 viaturas, contra as 133.876 unidades de 2014.

Angola vive desde o final de 2014 uma profunda crise económica e financeira devido à quebra na cotação do barril de crude no mercado internacional, que provocou uma descida para metade na receita fiscal petrolífera, e em paralelo uma crise cambial com falta de divisas para garantir compras ao exterior.

Neste cenário, só o porto de Luanda perdeu mais de 30% do movimento no espaço de um ano.

Segundo o CNC, as importações totais de Angola caíram 33,26% no primeiro trimestre de 2016, comparado com igual período do ano passado. Entraram em Angola nos primeiros três meses deste ano um total 1.598.849,07 toneladas de produtos diversos, contra as 2.395.621,20 anteriores.

O cimento hidráulico (clinker), principal matéria-prima para a produção de cimento portland, foi o produto mais importado por Angola neste período, com a entrada de 341.550,00 toneladas, um aumento de 18,49%.

A importação de arroz no primeiro trimestre caiu 21,4% em termos homólogos e de carnes e miudezas incluindo frangos diminui 46,5%.

"Entre os dez produtos mais importados, sete pertencem ao setor alimentar. Neste grupo está o açúcar, o óleo de palma, a farinha de cereais e as massas alimentares", apontam as conclusões do relatório do CNC.

A China "continua a ser o principal parceiro comercial", apesar da quebra 54% nas suas exportações para Angola, seguida de Portugal, que caiu 44,6%.