Huambo - Não é menos importante, nós entre os vivos, em cada dia ‘27 de Maio’ observarmos alguns minutos de reflexão em memória daqueles que pereceram por abnegada dedicação à luta pelo bem-estar da sociedade. O espírito revolucionário sempre existiu em qualquer patriota de Cabinda ao Cunene e de oeste à leste; e a nação não se esquecerá dos que conseguiram estabelecer condições através das quais a integridade territorial se mantivesse como os colonialistas a deixaram. Socialismo e, posteriormente Democracia, foi uma trajectória à um fim… tudo — um ganho da Revolução de 1975 que nós não abandonaremos. Porém, como a sociedade é dinâmica e o que se pretende é fazer de Angola um país bom para todos, lembremo-nos de que, um dos mais importantes aspectos de progresso é o pressuposto de que muito se fala —, a “reconciliação nacional”, que por sua vez é um desafio cuja superação, embora lenta, é segura; pois, por se tratar de uma condição vital, nós a assumimos com o melhor de nossa dedicação como nossa parte da responsabilidade.

Fonte: Club-k.net

Uma ideia como sugestão no processo de reconciliação nacional é: ‘descentralização de tradições culturais de Angola’, sendo um exemplo, construção de bustos e estátuas monumentais de ‘todos’ heróis da luta pela independência e sua exposição permanente em praças públicas. Reconhecimento dos protagonistas Holden Roberto, António Agostinho Neto, e Jonas Malheiro Savimbi é indubitável, é indispensável; outros como: Bernardo Alves Batista — Nito Alves, José Jacinto da Silva Viera Dias Van Dúnem — José Van Dúnem, Mário Pinto de Andrade, Viriato da Cruz etc., também são importantes.


As diferenças político-partidárias entre os angolanos não devem ser irreconciliáveis; pois, depois de mais de cerca de 40 anos de guerra, não há revolucionário e antigo combatente digno de dizer que não fez nada: o que pode se reconhecer é que, em situações de conflitualidade, perdas de vidas ou destruição em nossas mãos é perdoável. A perda de vidas e outras formas de destruição, por causa da guerra, foi prejuízo para todos nós. A paz também é um ganho para todos nós; pelo que, se pode haver felicidade, deveria ser usufruída por todos, e não apenas por alguns indivíduos. Hoje, dia ‘27 de Maio’, lembrei-me dos que, há 39 anos perderam suas vidas no massacre de 1977 por causa de política; e, peço que as famílias e familiares enlutados aceitem que a eles vá meus sentimentos de pesar.

 

E ao mesmo tempo aproveito o ensejo para também desejar os meus sentimentos de pesar ao partido político UNITA pelo passamento físico de seus militantes e de um modo particular o compatriota Fernando Sachepa, até ao momento de seu falecimento Inspector do Secretariado Provincial da UNITA em Benguela-, que ocorreu no dia 25 de Maio do corrente ano na localidade de Kapupa, município de Cubal.

 

Independentemente de quem tenha causado as circunstâncias em que pereceram os militantes da UNITA, e alegadamente houve ferimentos a outros cidadãos, uma mensagem aos meus compatriotas é que, qualquer atitude de intolerância ideológica é inaceitável. O processo de reconciliação nacional é inabalável… Democracia é o destino de Angola. Enfim, brevemente, um artigo sobre a entrevista do vice-presidente do partido em sincronia com o Governo, concedida à ‘especial Zimbo’ no passado dia 19. Intitulado “MPLA: Vice-presidente falta com a verdade”, por Inácio Vilinga, no Huambo. Não percam!