Luanda - No dia 25 de Maio de 1963, 32 chefes de Estado africanos se reuniam em Adis Abeba, capital da Etiópia, num momento histórico para fundar a organização que seria o símbolo de luta e da reafirmação africana contra a colonização e subordinação a que todo um continente repetidamente foi submetido durante séculos. Colonialismo, neo-colonialismo, “partilha da África”.

Fonte: OPais

Nessa reunião havida em Adis Abeba, a capital da Etiópia, esses líderes capitaneados pelo Presidente de Gana Kawame N´krumah, criaram a OUA (Organização da Unidade Africana), hoje a União Africana. Hoje, o futuro da União Africana (UA) está no apoio ao crescimento económico do continente, depois de cumprido o objectivo político da extinta Organização da Unidade Africana (OUA, actual UA), ao ajudar os movimentos de libertação a “livrarem-se” do colonialismo e do “apartheid”.

 

Os dois objectivos foram realizados até ao início dos anos 90, quando se deu a independência da Namíbia e também com a libertação de Nelson Mandela e o fim do «apartheid». Do ponto de vista simbólico, esses dois objectivos foram realizados”. Com a transformação da OUA em UA, surgem desafios mais complexos, nomeadamente o da unificação do ponto de vista económico”.

 

A União Africana precisa de realizar projectos efectivos para o desenvolvimento e integração do continente no mundo como tal, projectos como a Universidade Panafricana, que procura criar uma rede de centros de excelência em ciência e tecnologia para travar a fuga dos melhores quadros africanos do continente, e também melhorar os indicadores de boa governação e de combate à corrupção, e a promoção do desenvolvimento sustentável. É esta preocupação pelo desenvolvimento que levou os Estados Áfricanos a se organizarem em torno de propostas para criação de mercados regionais que pudessem não só facilitar a vida económica dos produtores africanos, mas também fortificar as relações económicas entre os países de cada região.

 

É nesta base que surgiram Blocos Económicos Regionais como a CEDEAO, a SADC etc. Apesar da maior parte dos países africanos manterem fortes laços comerciais com as ex- potências colonizadoras. Por isso, é altura de África começar a pensar em unir para uma só as várias sub-regiões económicas existentes no continente, apesar de ser um desafios de difícil concretização. O continente africano deve procurar um modelo de organização que tenha mais a ver com a afirmação económica do que política. Para isso, o continente precisa continuar a diversificar e fortalecer parcerias com países como Brasil, Índia e China que são fundamentais na construção de infra-estruturas e no aumento de parcerias comerciais entre os Estados, no intuito de fazer potenciar o investimento, a pesquisa e o turismo por toda a África.

 

Por último, é preciso que todos os africanos e em particular os dirigentes africanos, trabalhem afincadamente de forma a alterar a imagem do continente no mundo, de fonte única de matérias-primas, de rivalidades ideológicas entre líderes dos Estados e de pobreza extrema, sendo importante criar desde logo laços entre os países mais ricos e pobres, de forma a que os mais ricos possam apoiar o desenvolvimento dos mais pobres e desta forma valorizar todos os recursos existentes no continente africano.