Lisboa – O ministro do interior, comissário Ângelo de Barros Veiga Tavares, é citado em meios da oposição política em Angola como tendo dado “um mau exemplo” ao assumiu recentemente militância ao MPLA, e ao integrar o seu Comitê Provincial de Luanda.

 Fonte: Club-k.net

"Deveria por questão de ética preservar a sua neutralidade"

Apesar de servir o regime angolano, o comissário Ângelo de Barros Veiga Tavares nunca teve militância ao MPLA devido a sua condição de integrante de uma estrutura de segurança/militar desde 1978, ano em que foi enquadrado das extintas FAPLA. Mais tarde seguiu carreira na polícia judiciaria e nos serviços prisionais chegando a patente de comissário prisional principal, equiparada a general.

 

Alega-se que antes de ingressar ao partido no poder, o ministro terá solicitado a sua passagem a reforma militar, visto que a constituição angolana proibi os militares no activo de se envolverem na politica ou fazerem parte de reuniões partidárias.

 

Não obstante ter supostamente solicitado a passagem a reforma, vozes habilitadas entendem que por estar a dirigir um órgão de segurança e ordem pública que congrega a Polícia Nacional, o Ministro Ângelo de Barros Veiga Tavares deveria por questão de ética preservar a sua neutralidade.

 

A recomendação é baseada pelo facto de que nos últimos anos a Polícia Nacional ter adoptado uma conduta praticas pouco dignas contra vozes opostas ao MPLA, e ao seu líder José Eduardo dos Santos. Porém, tendo o ministro optado pela  militância activa, não há garantias de que os órgãos por ele tutelado poderão ser neutros, o que equivale posição oposta às opções partidárias do seu superior hierárquico.

 


Por exemplo, no passado dia 25 de Maio, uma delegação de deputados da UNITA, foi alvo de um ataque violento na localidade da Comuna de Kapupa, em Benguela resultando em um morte e três feridos.

 

Ao procurar informar a nação, a delegação do Ministério do Interior naquela província deturpou os dados e evitou citar que os agressores pertencia ao partido do seu superior, Ângelo de Barros Veiga Tavares .

 

Assassinatos em defesa de chefes

 

Em 2012, agentes da polícia e segurança de Estado assassinaram dois activistas Isaías Cassule e Alves Kamulingue, em nome da honra do Presidente da República e do MPLA, José Eduardo dos Santos. Os dois activistas haviam anunciando a realização de uma manifestação para protestar contra os atrasos dos subsídios dos antigos combatentes e de forma a impedir que a mesma se realizasse as autoridades angolanas decidiu assassinar dos dois cidadãos.