Luanda - O presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, disse esta quinta-feira à Lusa que as empresas angolanas terão despedido, no último ano, mais de 60 mil trabalhadores devido à crise financeira e económica que afeta o país.

Fonte: Lusa

De acordo com José Severino, na origem destas estimativas estão dados dos associados da AIA e dos sindicatos, com a situação a afetar, até maio passado, essencialmente os setores da construção civil e dos petróleos.


"Os dados são desde junho do ano passado e indicam que a crise também afetou muito o total de trabalhadores na indústria em geral", admitiu o presidente da AIA.


Angola enfrenta desde final de 2014 uma profunda crise financeira e económica devido à quebra para metade nas receitas com a exportação de petróleo, em função da descida da cotação do barril de crude no mercado internacional.


No entanto, depois de já ter descido aos 30 dólares por barril no início do ano, o crude está esta semana a valer mais de 50 dólares, numa subida consistente há várias semanas. "Acho que a situação vai estabilizar. O petróleo continua a subir e agora também começamos a exportar LNG [gás liquefeito]", recordou José Severino.


Durante a próxima semana deverá ficar fechado o programa de assistência que Angola solicitou ao Fundo Monetário Internacional (FMI), para diversificar a economia e que envolverá um envelope financeiro. As reuniões do FMI em Luanda terminam na próxima terça-feira.


"A presença do FMI pode ajudar, ao levar a que as relações financeiras de Angola com os seus credores sejam menos tensas", observou ainda o líder dos empresários angolanos.