Luanda - O MISA-Angola tomou conhecimento do incidente que envolvendo três jornalistas, teve lugar nesta segunda-feira, no hospital dos Cajueiros.

Fonte: MISA

Os profissionais passaram pelo hospital quando regressavam do Cazenga, que visitaram, enquanto bairro típico da cidade capital.

O incidente deu-se por volta das 16 horas no interior do estabelecimento quando a fotografa quis capturar imagens duma sala, onde presume-se, encontravam-se doentes deitados no chão.

Foi o pretexto para os agentes da segurança interromperem a visita. Os jornalistas foram detidos, os equipamentos confiscados e submetidos a interrogatório que tiveram início no posto policial do hospital, e prosseguiram na 18ª esquadra no Cazenga, para onde viriam a ser transferidos.

Kevin Sieff, é o correspondente do Washington Post para Africa Oriental e Austral, baseado no Kenya. Nicole Sobeck é foto-jornalista, freelance ao serviço do mesmo jornal.

Os dois jornalistas de nacionalidade americana, encontram-se em Luanda para reportagens à convite do Fundo Soberano.

Cândido Mendes é jornalista acompanhante de nacionalidade angolana.

Perguntas como, “porque escolheram o Cazenga, a tanta distância das Ingombotas (?) em referencia ao hotel onde se encontravam hospedados... Há quanto tempo trabalhas(?)” foram feitas.

DA APRECIAÇÃO DO INCIDENTE

O MISA-Angola deplora o modo repetido como este gênero de incidentes passaram a ocorrer, nada abonatório para o país que quer apresentar-se na arena regional e ao mundo, como sendo um Estado Democrático, de constituição formal.

A algazarra que se gera no momento em que impreparados agentes da segurança agem, sejam eles em uniforme ou à paisana, incluíndo da polícia, querendo apossar-se dos meios materiais dos jornalistas (como a cena que ocorreu ontem nos Cajueiros), não é fortuita e conforma um “modus operandi”.

Ironicamente, a seguir ao “ato criminoso” de capturar imagens, tão mesquinho como acaba sendo, (embora contraste com a forma aparatosa em que a retenção ou detenção é feita) envolvendo agentes da polícia, nem se arrojam a apresentar ao magistrado público “os criminosos jornalistas”. Porquê? A resposta é simples: não crime!

Ontem, como das vezes anteriores, acabaram por ser os próprios polícias, a transportar em escoltas para o hotel, os jornalistas, forçando-nos a abandonar a sua viatura na rua.


Deste modo, a polícia está a tornar-se no principal violador da lei, por “Abusos de autoridade”, conforme o artigo 291 do código Penal.
A quem deseja proteger, pela via da obstrução ao livre exercício da actividade jornalística!?

Não nos digam que os jornalistas foram retidos (das 16-21 horas) para averiguação! Não houve flagrante delito. Tirar uma fotografia, por anomalia da acomodação do ser humano, não é crime.

Até a altura em que finalizávamos esta nota, a polícia mantinha retidos os cartões de memória das câmaras dos profissionais de imprensa. Entreguem o material.

14/06/16

Pelo Cons. Gov.
A. Solombe
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