Luanda - O Banco Nacional de Angola (BNA) voltou a desvalorizar hoje o kwanza face ao dólar norte-americano e ao euro, desta vez em 0,6 por cento por cento, isto numa semana em que vendeu voltou a vender aos bancos apenas moeda europeia.

Fonte: Lusa

Desde o início da crise da cotação do barril de crude no mercado internacional, a moeda já perdeu cerca de metade do valor, com o acentuar das dificuldades financeiras, económicas e cambiais decorrentes da quebra na entrada de divisas através da exportação de petróleo.


De acordo com um relatório semanal do banco central sobre a evolução dos mercados monetário e cambial, no período entre 14 e 18 de Março o BNA realizou um leilão para venda de divisas em que pela quarta vez apenas disponibilizou a moeda europeia.
Estas vendas, em leilões de preços, foram de EUR 130 milhões e ficaram dependentes da percentagem de crédito que cada banco comercial disponibiliza.


O banco central refere que EUR 90 milhões serviram para a “cobertura de operações das empresas prestadoras de serviços ao sector petrolífero”.


Acrescem vendas de EUR 40 milhões para “suprir necessidades de despesas com carácter prioritário”, nomeadamente a cobertura de operações relacionadas com ajuda familiar, saúde, educação, salários de expatriados, viagens e remessas de dinheiro.


A taxa de câmbio média de referência de venda do mercado cambial primário, apurada ao final da última semana, ficou-se nos Kz 160,697 por cada dólar e de Kz 179,547 por cada euro, uma desvalorização a rondar os 0,6 por cento. Esta taxa de câmbio oficial estava inalterada há várias semanas.


A política cambial angolana passou a ser definida pelo novo governador do BNA, Valter Filipe Duarte da Silva, empossado no cargo a 7 de Março pelo Presidente da República, funções ocupadas desde Janeiro de 2015 pelo antigo ministro das Finanças José Pedro de Morais Júnior, exonerado a seu pedido.


Antes do início da crise da cotação do petróleo, no verão de 2014, cada dólar valia cerca de Kz 100.


Paralelamente, devido à escassez de divisas e limitações aos levantamentos de dólares impostos nos bancos, o mercado informal, de rua, transacciona o dólar norte-americano a mais de Kz 300.


Persiste no país a forte redução da disponibilidade de moeda estrangeira no país, sendo o montante vendido aos bancos limitado às necessidades mais urgentes do sistema bancário e que obrigam a autorização do banco central.


A falta de divisas, em função da procura, continua a dificultar, por exemplo, as necessidades dos cidadãos que precisam de fazer transferências para o pagamento de serviços médicos ou de educação no exterior do país ou que viajam para o estrangeiro.