Luanda - Analistas angolanos consideram que o novo mandatodo Presidente José Eduardo do Santos à frente da Conferência Internacional dos Grandes Lagos Angola (CIRGL) é uma perda de tempo para um país que tem muito problemas internos por resolver.

Fonte: VOA

José Eduardo dos Santos foi reeleito durante a última cimeira realizada em Luanda, à qual compareceram apenas quatro dos 12 Chefes de Estado da região, facto que, para os analistas, é indicativo de que os países em conflito não estão interessados em resolver os seus próprios problemas.

 

Francisco Tunga Alberto diz que a cimeira foi uma publicidade diplomática do Governo de Angola e considera também que a Conferência transformou-se num “sindicato”, onde os Chefes de Estado engendram mecanismos para se perpetuarem no poder.

 

Tunga Alberto afirma que Angola não pode buscar soluções para os problemas dos outros enquanto tem os do seu país por resolver.

 

“Tudo não passa de uma publicidade diplomática por parte do Governo para demonstrar que presta atenção aos vizinhos e que internamente está tudo bem”, disse o analista.

 

Por seu turno, o jornalista angolano Graça Campos comentou na sua página no Facebook que Angola atribuiu à CIRGL uma importância não partilhada pelos restantes membros, dando como exemplo o facto de apenas quatro dos 12 Chefes de Estado dos países membros da organização terem vindo a Luanda, evento que foi adiado em duas ocasiões por falta de quórum.

 

Para Graça Campos, isso “significa um claro descompasso quanto ao que a organização representa para cada um dos países” e sublinha que Angola continuará a carregar ao ombro o pesado fardo de sustentar uma organização que apenas serve para dar amparo a gravíssimos atropelos constitucionais em países como o Rwanda, Burundi, Uganda e República Democrática do Congo.

 

O articulista considera também que o Presidente José Eduardo dos Santos foi reconduzido para mais um mandato porque ninguém se mostrou interessado em disputar o cargo para liderar uma organização de “serventia mais do que duvidosa”.

 

Graça Campos conclui que até 2018, Angola continuará a esbanjar com a CIRGL o dinheiro quer tanta falta faz aos nossos hospitais, escolas e outros serviços públicos.