Luanda - É “inédito” o discurso feito pelo camarada presidente na Província do Moxico sobre a crise económica e financeira por causa da queda do preço do crude que abana o Orçamento Geral do Estado (O.G.E) com prejuízos incalculáveis quer na redução de divisas quer na greve dos principais produtos de subsistência pessoal e apontou timidamente os meios de resolução da situação calamitosa que mergulhou o país.

Fonte: Club-k.net

É notório que o momento é crucial porquanto as receitas públicas diminuíram. E ouvir do “ arquitecto da paz ” a dramatização/esclarecimento do assunto é simplesmente “confortante”. Apesar de nunca fazer mea culpa até aí nada de anormal.


No entanto, matérias como essas de extra utilidade pública, não podem ser ditas apenas “ num encontro de bons amigos”, seria bom uma conferência de imprensa com jornalistas comprometidos com a verdade e não unicamente capazes de agradarem o partido.

“Desde janeiro o governo deixou de receber receitas da Sonangol porque ela não está em condições de o fazer”. Disse o chefe.

Ora, parece incrível que a Sonangol não esteja a bombiar receitas para o cofres do Estado, uma coisa é redução de receitas, outra coisa totalmente antagónica é, não estar a dar nada. Então, onde estão as poucas receitas provenientes do crude? Como estamos a pagar as dívidas cuja moeda é o petróleo? Ou será que o petróleo angolano está seriamente “hipotecado”?

Por outro lado, outrora quando o preço do crude estava altíssimo e a Sonangol facturava para além do previsto no O.G.E ninguém “gritava” das fortunas e das mordomias que resultavam das vendas do “valor acrescido”. Portanto, os discursos oficiais passavam a margem do “delírio financeiro.”


Continuando a fazer fé nas declarações do chefe, ora se o sector não petrolífero em tempo difícil está a sustentar as despesas públicas, embora na sua expressão “ num ambiente extramente complicado” é demonstrável que se a política económica fosse mais forte, Angola seria sim “ um bom lugar para viver”.


Por isso, é importante darmos a mão à palmatória, a governação nos últimos anos não obstante, aos indicadores positivos fracassou e pode ser considerada uma verdadeira “hecatombe”. Dói afirmar isso, porém é um lado da verdade. Pois precisamos de vários “ambientes complicados”.


Hoje a fome não tem cor partidária saiu da cozinha e foi ao quarto, até algumas famílias que conseguiam ter um mínimo de sobrevivência estão a passar por momentos de martírio, perderam a “essência” de viver. E está a se criar uma “descrença generalizada”, onde até os mais fiéis dos fiéis estão a ser incrédulos.


É verdade que há poucas divisas, isto é indiscutível. Todavia, o problema é a má gestão dessas poucas notas estrangeiras, já se falou de tudo até da falta de “regaste dos valores éticos e morais” na banca angolana mas a sua obtenção continua a ser “extremamente difícil”, só na boa rua e nos esquemas.

É aí onde reside o grande problema que o chefe, acreditamos nós, terá esquecido. Logo, é melhor revermos o “distribuir melhor”.

Revermos também a qualidade das despesas públicas, o combate ao saque público e que haja sinais evidentes de boa governação.Julgamos que um dia sairemos dessa maldita crise.

Aló camarada presidente! sim, chefe estamos " num ambiente extramente complicado”

Domingos Chipilica Eduardo